A CANETA DE DILMA

A reforma ministerial e a disputa pela presidência da Câmara representam os primeiros rounds de Dilma Rousseff no sentido de tentar enfraquecer uma pré-candidatura de Eduardo Campos a presidente da República.

Nesses próximos meses, o país terá condições de avaliar as habilidades políticas da presidente Dilma Rousseff no sentido de atrair ou enfraquecer aliados que almejam o lugar dela na Presidência da República. Afinal, eventos para esse teste de habilidade não faltarão e vão desde a acomodação dos partidos na disputa pela presidência da Câmara e do Senado como também a reforma ministerial.

Vejamos primeiro a reforma do governo: oferecer um cargo importante para Ciro Gomes, do PSB do Ceará, é visto dentro e fora do PT como uma forma de bagunçar a vida do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dentro do próprio partido. Afinal, não dá para deixar de registrar o gesto de apoio que o governador do Ceará, Cid Gomes, fez em defesa da reeleição da presidente Dilma. Logo, reforçar o time levando Ciro não deixaria de ser uma deferência ao ex-deputado que foi impedido de ser candidato a presidente da República em 2010.

Essa operação, na avaliação de alguns, ainda faria “sobrar” no caso a Secretaria de Portos para negociar com o PSD, outro partido que está hoje pronto para ingressar na equipe da presidente. Dentro do PSD, a única certeza que se tem hoje é a de que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não será ministro. Quanto aos demais, a vaga ainda é algo em negociação. A equação Ciro só tem um probleminha: os ministérios que poderiam interessar ao ex-deputado estão todos ocupados pelo PT, ou seja, Dilma teria que “desalojar” os seus e ainda provocaria a ira dos PT cearense, que perdeu a prefeitura e ainda veria o adversário vitorioso compensado com um cargo.

Fonte: Blog da Denise Rothenburg

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