Ainda é cedo para a campanha, mas não é cedo para começar – Parte I

imagemEste é o momento ideal para você, entre outras coisas, reunir pessoas experientes e qualificadas que o apóiam para buscar dados atualizados e informações sobre as diversas áreas da administração.

Este período, pouco mais de um ano e meio antes da eleição, é uma época muito peculiar. É muito cedo para anunciar sua candidatura e começar o trabalho de proselitismo, mas não é nada cedo para começar a preparar sua campanha. Talvez até você já tenha perdido um tempo precioso. Então, mãos à obra.

Lembre-se que, no Brasil, a legislação define começo/final de uma campanha

Por que é muito cedo para fazer a campanha?

Em primeiro lugar, por causa da lei. No Brasil, a lei define com precisão o período de campanha. Ele chega, após os períodos, que também são legalmente determinados, de registro de candidatura junto ao partido, que, por sua vez, depende de convenção partidária prévia e homologação formal pelo Tribunal Eleitoral. Assim, ainda que por decisão pessoal você seja já um candidato, formalmente não o é, e como tal não pode se apresentar nem colher fundos para a campanha.

Em segundo lugar, por razões políticas e não legais, não é este o momento de fazer campanha. O eleitor ainda não está focado na eleição – que a ele parece um acontecimento remoto – e não vai se interessar por campanhas, candidatos e propostas.

Também a mídia não vai dar destaque à eleição agora, com tanta antecedência. Ela tem outras pautas a cobrir, que são mais atuais e atraentes, sobretudo as novas administrações e legislativos municipais. Portanto, é cedo para fazer campanha, mas como alerta o título desta coluna, não é cedo para começar a preparar a sua campanha.

Por que não é cedo para começar a preparação?

Antes de tudo, pela simplória razão que este é o único período em que pode-se dizer que “sobra tempo”. Como as atividades que mais consomem tempo não podem ser realizadas agora, há uma sobra de tempo que deve ser bem aproveitada pelo candidato precavido.

Quando a campanha começar, esta “sobra” vai desaparecer por completo e ser substituída por um “déficit” permanente que não mais poderá ser resolvido. Não esqueça que numa campanha pode se comprar tudo menos o tempo.

Se, na ocasião da campanha, sofrendo o drama do “déficit”, você perceber que está perdendo tempo, fazendo o que poderia ter feito antes dela começar, não apenas você vai se sentir culpado, como merece sentir-se assim. Então será tarde demais e você terá que desviar o limitado tempo que dispõe para o contato com o eleitor para se dedicar a fazer aquilo que podia ter feito meses atrás.
O que então deve-se fazer nesta fase pré-campanha?

Como regra geral, tudo, absolutamente tudo que pode ser feito agora para uso posterior.

Reúna pessoas experientes, com boas qualificações, que o apoiam e busque as informações atualizadas e confiáveis

Preparar plano de governo (projetos de lei e programas de ação para candidatos a funções legislativas)

É o momento para reunir pessoas experientes e qualificadas que o apoiam, para buscar dados atualizados, informações sobre as diversas áreas da administração, ouvir especialistas no estado, país e até no exterior, fazer reuniões de criatividade para gerar projetos originais, pesquisar na internet, etc. O produto deste trabalho não será ainda o projeto definitivo de campanha ou plano de governo.

É preciso esperar uma maior proximidade da campanha para ter uma visão mais realista das prioridades do eleitor, às quais o plano de governo deve corresponder. De qualquer forma, você entrará naquela fase com grande parte do trabalho já concluído, amadurecido e formatado em alguns projetos básicos, inovativos e originais.

Preparar listas

Você terá tempo, nesta fase, para preparar suas listas. Há muitas listas que podem e devem ser feitas, e que somente o serão neste período anterior à campanha. Não pense que por lista deva se entender apenas um rol de nomes. Cada lista é feita para um objetivo específico e deverá conter todas as informações relevantes sobre as pessoas listadas para aquele objetivo. Você vai querer fazer sua lista de contribuintes potenciais. Na verdade, você terá pelo menos duas destas listas: uma para grandes contribuintes, e outras para contribuintes médios. Também você poderá fazer a sua lista de contribuintes que não o apoiam financeiramente, e sim com materiais, equipamentos, serviços, pessoal etc.

Você também vai fazer lista de seus apoiadores. Desde os cabos eleitorais, até eleitores conhecidos seus e de seus amigos, familiares e auxiliares. Você vai querer também ter uma lista de potenciais eleitores (aqueles que você pretende conquistar), se possível com endereço e telefone, para as ações de mala direta e de telemarketing durante a campanha. Você tem que fazer sua lista de associações (clubes, sindicatos, sociedades) onde se encontram eleitores potenciais seus. Você vai tentar obter a listagem dos associados, com endereço e telefone, vai registrar os nomes e funções dos respectivos dirigentes, dias e horários de reunião etc.

Você vai tentar produzir uma lista de líderes e formadores de opinião. Não apenas jornalistas e intelectuais, mas também (com informações de seus cabos eleitorais) líderes informais de opinião nos seus respectivos bairros, que podem ser donos de bar, farmacêuticos, líderes comunitários, presidente do clube/associação, diretor de escola, ex-político, etc. Em resumo, você poderá e deverá fazer tantas listas quanto for possível e realista.

Você quer listar seus apoiadores e eleitores potenciais. Não vai pretender listar todos os eleitores de seu estado. Estas listas, como é óbvio, somente podem ser feitas agora, no período pré-campanha. Durante a campanha, você vai usá-las e elas serão muito úteis se tiverem sido bem feitas.

Fonte: Política para Políticos

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