Ano letivo começa com paralisação marcada

20160301011757Primeira paralisação de 2016 vai discutir pontos de quando houve greve: falta de professor e salário.

O ano letivo começou com uma herança de problemas do ano passado. As escolas da rede pública de ensino do DF reabriram as portas ontem com um déficit de profissionais e promessa de paralisação dos professores no próximo dia 17, segundo o sindicato da categoria. Enquanto isso, resta aos pais e aos alunos apenas acompanhar  as cenas dos próximos capítulos. Hoje, a rede conta com 661 escolas e cerca de 470 mil estudantes.

A preocupação das famílias não é à toa. Em 2015, o cronograma ficou prejudicado por causa da greve e as aulas tiveram de ser repostas até janeiro deste ano. As reivindicações da categoria são as mesmas do ano anterior.

Segundo o diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) Samuel Fernandes, a falta de estrutura dentro das unidades, a campanha salarial e a avaliação do cumprimento do acordo que pôs fim à greve estão entre os pontos  a serem discutidos na assembleia. “A paralisação  não é um indicativo de greve, mas vamos lutar pelos nossos direitos e pela melhoria do ensino no DF”, afirmou.

Fernandes lamentou o cenário atual. De acordo com ele, no ano passado, 860 profissionais se aposentaram e apenas 171 tomaram posse. Em 2016, a previsão é de que pelo menos  mil professores encerrem a carreira. O problema é que, até agora, foram nomeados  somente  159. “O déficit é grande e, para completar, o número de alunos é crescente. Hoje (ontem) mesmo, soube de muitos que voltaram para casa por causa da falta de professor. O GDF não se preparou para a volta às aulas”, ressaltou.

Nomeações pararam

O déficit não para por aí. O número de orientadores educacionais também está  baixo. “Em 2014, 1.055 foram aprovados em concurso, mas ninguém foi nomeado. A última nomeação foi em 2008. Além disso, o cadastro reserva de professores de atividades zerou em julho de 2015. Portanto, há carência do Ensino Infantil até o 5º ano do Fundamental. São pedagogos capacitados para evitar conflitos no colégio, como o bullying, mas o governo não valoriza a educação”, reclamou.

A questão dos contratos temporários também é lembrada. Fernandes explicou que as vagas que surgem em decorrência de aposentadorias, falecimentos e exonerações devem ser substituídas por concursados e não por temporários. “Não é isso que acontece. De fato, os contratos temporários são importantes, mas apenas no caso de carências provisórias”, afirmou.

Pais e alunos inseguros com o calendário

Na porta no Centro de Ensino Fundamental  (CEF) da 104 Norte, o primeiro dia de aula teve alunos e pais inseguros em relação ao futuro. Para a militar Deniele Peixoto, 41 anos, mãe de Jéssica, 13, a situação é complicada.

“É claro que os professores têm a razão deles, mas quem paga são as crianças. Os mais prejudicados são os alunos. No ano passado, minha filha já tinha passado nas disciplinas, mas teve gente que teve aula até dezembro. Foi um transtorno para as famílias que já haviam se planejado. Não é à toa que, hoje (ontem), começamos o ano letivo com um pé atrás”, lamentou.

Dias letivos cumpridos

Procurada pelo JBr., a Secretaria de Educação garantiu que, mesmo com a greve, o calendário do ano letivo de 2015 foi cumprido com os 200 dias letivos designados por lei. A pasta informou que as carências surgem em decorrência da substituição de docentes que estarão fora das salas de aula em cargos de direção, vice-direção e coordenação pedagógica, além de licenças médicas e demais imprevistos.

“Para suprir essa necessidade neste ano, foi autorizada, inicialmente, a contratação de 4,6 mil temporários no período. No início de fevereiro, 159 professores da educação básica, aprovados em concurso de 2013, foram nomeados para ocupar vagas abertas por aposentadoria, falecimento ou exoneração. Essa é a segunda nomeação de professores efetivos em 2016, após 69 terem sido chamados para 11 disciplinas em 7 de janeiro — dos quais 39 tomaram posse em 4 de fevereiro”, informou a secretaria, por meio da assessoria.

Saiba mais

Atualmente, há cerca de 30 mil professores na rede pública, segundo a Secretaria de Educação.

De acordo com a pasta, o número de atestados médicos  oscila, e os professores temporários ocupam vagas dos   efetivos, com licenças legais por determinado período.

Neste ano, 496 docentes poderão requerer a aposentadoria, segundo  a secretaria, rebatendo os número do Sinpro.

 Fonte: Jornal de Brasília

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