A Lava Jato produziu um efeito político que, acredito, é irrevogável: pôs fim a era dos caciques e raposas partidárias. Primeiro porque deixou todos esses reis nus, ao mostrar que o controle das legendas obedecia a uma lógica nada republicana. Depois porque deixou evidente a necessidade urgentíssima de transformação do pensamento político.
Isso quer dizer que mais do que nunca a democracia tem de ser um espírito que habita não só os discursos grandiloquentes dos politiqueiros à frente das agremiações, mas uma pratica de dentro para fora, que nasce dentro do partido e empolga sua militância e as ruas da cidade, fazendo com que as lideranças verdadeiras, legitimadas pelos processos eleitorais internos, se destaquem.
Digo isso porque ainda há uma resistência de setores inconformistas que querem usar uma suposta mão de ferro para esmagar a vontade da maioria. Desrespeita a lei, os encaminhamentos da Executiva Nacional e a inteligência de todos os filiados. Procura na truculência, uma válvula de escape para sua incapacidade de convencimento. Lança mão do denuncismo vazio e tenta esconder seus próprios pecados, que gritam nas investigações oficiais.
Ainda sou um neófito. Não sou um politico profissional. Sou um cidadão que acredita no mandato eletivo e representativo como impulsionador das mudanças que o Distrito Federal e o Brasil precisam. Mesmo ainda sendo um outsider, se comparado às raposas que circulam por nossos parlamentos – local e nacional, acredito que a democracia e o debate aberto, amplo, sem máscaras é o caminho para a construção de um partido e de uma sociedade eficiente e verdadeiramente voltada para o bem comum.
Por isso, acredito que o bom senso sempre prevalecerá nas decisões de quem almeja voos maiores e que tem obrigação de dar o exemplo desde agora, no começo da caminhada. Um mandato majoritário só pode ser ocupado por quem constrói a própria legitimidade em todas as esferas que ocupa. A começar pelo comando do partido.
* Robério Negreiros – Deputado Distrital e Líder do PSDB/DF
