Curitiba – O atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, é o quarto político do PT (Partido dos Trabalhadores) com passagem pelo comando da pasta a ter seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava-Jato. Antes dele – que segundo o delator e ex-executivo da Petrobras Nestor Cerveró teria sido beneficiado com dinheiro de propina para sua campanha ao governo baiano –, já eram investigados Antônio Palocci, Gleisi Hoffmann e José Dirceu.
De acordo com o também ex-executivo da Petrobras Paulo Roberto Costa, Palocci teria pedido ao doleiro Alberto Youssef R$ 2 milhões para a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. A revelação motivou a abertura, em junho de 2015, de um inquérito policial. Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público.
Além disso, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, também mencionou Palocci em sua delação premiada. Porém, declarou que ele apenas estava presente ao encontro no qual foi discutido o pedido de doação não contabilizada. A divergência nas informações foi objeto de acareação entre Costa e Baiano, na Polícia Federal, mas não serviu para esclarecer a dúvida.
Pixuleco
José Dirceu já era réu condenado no escândalo do mensalão quando foi preso na Operação Pixuleco, no começo de agosto, 16ª fase da Lava-Jato. Dirceu, que teve status de primeiro-ministro no primeiro governo Lula e é o único dos ex-ocupantes da Casa Civil preso na investigação, teria se beneficiado de dinheiro oriundo de contratos irregulares entre a Petrobras, a empreiteira Engevix e das empresas especializadas em mão-de-obra Personal e Hope.
A propina que teria sido recebida por ele supera os R$ 11 milhões. No entanto, Dirceu teria obtido vantagens irregulares por outros meios. Entre eles, estão a aquisição de um imóvel para uma de suas filhas e a reforma de um outro.
Segundo os investigadores da Lava-Jato, Dirceu teria recebido a propina mesmo enquanto respondia à Justiça por seu envolvimento no mensalão. O dinheiro teria chegado até ele por meio de contratos forjados entre a sua empresa, JD Consultoria, e a empresa Jamp, do lobista Milton Pascowitch e que será ouvido por Moro nove dias antes do ex-ministro.
Pixuleco 2
A senadora Gleisi Hoffmann, que sucedeu Palocci na pasta, passou a ser investigada na Operação Pixuleco 2, 17ª fase da investigação. O dinheiro que pode ter beneficiado Gleisi não teria saído dos cofres da Petrobras – alvo inicial da Lava-Jato – mas do Ministério do Planejamento. A pasta já foi comandado por seu marido, o ex-deputado federal Paulo Bernardo.
Nesse caso, o dinheiro teria sido repassado da Consist Software, que mantinha contrato com o Planejamento, ao advogado e ex-vereador pelo PT Alexandre Romano. Este, por sua vez, fazia repasses a empresas e escritórios de advocacia – entre eles o de um amigo muito próximo à senadora. Gleisi também é investigada por suspeita de ter recebido R$ 1 milhão para sua campanha de 2010, conforme revelou o doleiro Youssef. Como ela está no exercício do mandato e por isso tem privilégio de foro, a investigação passou a correr na Procuradoria-Geral da República.
Fonte: Fato Online