Funcionários da TCB mantêm greve pelo 2º dia por aumento de 20%

rodoviarios-da-tcbFuncionários da TCB, que presta serviço de transporte público Brasília, mantiveram nesta terça-feira (14) a greve em protesto por reajuste salarial de 20%. O grupo começou a paralisação total das atividades na segunda-feira (13). A empresa afirmou que estuda entrar na Justiça para garantir que um mínimo de 30% da frota mantenha a circulação. Por e-mail, a Secretaria de Mobilidade diz “acompanhar de perto” a situação.

O governo diz que não tem verba, mas como é que dão reajuste a outras categorias?” Gilberto Dias, diretor do Sindicato de Rodoviários
Segundo a empresa, o sindicato não aceitou as propostas da empresa, que ofereciam reajuste de benefícios, como aumento de dias de licença em caso de morte de parente. O presidente da TCB, Jean Marcel Fernandes, afirmou que não é possível entregar o reajuste pedido porque fere a Lei de Responsabilidade Fiscal do DF.

Na Rodoviária do Plano Piloto, a recepcionista Adriana Medeiros esperava o ônibus para ir trabalhar na Esplanada. Todos os dias ela usa o coletivo da TCB, mas, por causa da greve, a mulher disse que a rotina mudou.

Funcionários da área administrativa relataram que estavam sendo impedidos de entrar na sede da companhia na manhã desta terça pelos trabalhadores em greve. “Fiquei mais de uma hora esperando. Precisou de o advogado vir para pedir meu acesso”, disse a secretária Nilva Almeida.

Diretor do Sindicato dos Rodoviários, Gilberto Dias nega e afirma que o portão esteve aberto. Ainda de acordo com ele, a principal reivindicação é melhorar as condições de trabalho. Ele disse que menos de 30% dos trabalhadores pararam de fato as atividades. “O governo diz que não tem verba, mas como é que dão reajuste a outras categorias?”, questionou.

Cartaz afixado em frente a garagem da TCB (Foto: Isabella Calzolari/G1)

Ao G1, o presidente da empresa, Jean Marcel Fernandes, rebateu o sindicato afirmando que “100% da frota está parada”. Ele diz que a empresa vai entrar com ação na Justiça para garantir um mínimo de ônibus circulando.

Fernandes afirmou que também vai pedir à Justiça uma medida para assegurar a entrada dos funcionários. “Essa barreira, na minha opinião, acaba enfraquecendo também o movimento deles.”

 

Motoristas e cobradores mobilizados em frente a garagem da TCB (Foto: Isabella Calzolari/G1)Para o motorista da empresa Darlei Alves, a categoria não é valorizada. “Trabalhamos seis vezes por semana, durante seis horas, em ônibus lotados, e não recebemos nenhuma gratificação”, afirmou, criticando o fato de os funcionários administrativos receberem recompensas no salário.

“É o trabalhador quem carrega a empresa nas costas, e ainda estamos sujeitos a violência”, contou o motorista, que já foi assaltado.

Sobre a carga horária, o presidente da TCB afirmou que ela já havia sido reduzida no último acordo coletivo e que as 36 horas representam um ganho da categoria. Ele afirmou que a demanda por gratificações é justa, mas que o governo não tem como atender o pleito. “O cobertor está curto.”

Todas as 14 linhas da TCB foram interrompidas – quatro são rurais e rodam no Paranoá e Planaltina. A empresa atende 18 mil pessoas por dia. A frota tem 33 ônibus. Pelo menos 150 trabalhadores cruzaram os braços nesta segunda.

Negociações
O presidente da entidade, Jorge Farias, afirmou que durante a reunião de sexta não houve negociação. “Não tem contraproposta. Entendemos que tem que ajustar os cofres, desde que não atinja o trabalhador. Não dá para aceitar, em época de database, que não haja nenhuma proposta do governo.”

Farias disse que funcionários da TCB cedidos a outros órgãos do GDF não querem voltar para a empresa de transporte público por não receberem ajuda de custo. “Tem 297 cedidos e eles não querem voltar porque na TCB não tem incentivo. Por isso estamos pedindo uma ajuda de custo de R$ 800, além do salário.”

O motorista Luiz Carlos Costa, de 47 anos, afirmou que os trabalhadores da TCB se sentem rejeitados pelo governo. “A gente pede equiparação devido a empresa ser pública também. Os funcionários das outras empresas têm benefícios que nós não temos”, disse.

O motorista Luiz Costa e o cobrador Josinaldo da Silva (Foto: Isabella Calzolari/G1)

“Somos excluídos, não sentimos rejeitados. Não somos reconhecidos como funcionários de uma empresa pública”, afirmou.

O cobrador Josinaldo da Silva, de 44 anos, disse que há nove anos o salário da categoria está defasado. “Esse reajuste vem para compor as despesas. Tem muito tempo que não conseguimos ganho real. Queremos negociar, mas está muito difícil.”

Fonte: G1 DF

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