O governo Rollemberg reverá o cadastro do Bolsa Família e do DF Sem Miséria até o final deste ano. Além do pente-fino para a suspensão de pagamentos indevidos, o Palácio do Buriti planeja ações para intensificar o acompanhamento da frequência escolar e a vacinação das crianças das famílias carentes beneficiadas.
Segundo a Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, 94.815 pessoas estão cadastradas pelo Bolsa Família, recebendo mensalmente R$ 13,2 milhões da União. Dentro deste total, 65.284 recebem o reforço de R$ 9,9 milhões, por mês, pelo DF sem miséria, custeado pelos cofres brasilienses.
“A gente está fazendo todo um trabalho para que tudo fique automatizado, usando gestão e tecnologia da informação. Para que quando a pessoa receber o benefício, a gente possa ter a certeza de que ela precisa e não estaremos pagando para alguém que não precisa”, explicou o secretário de Trabalho, Joe Valle.
O DF amarga as últimas posições no ranking de acompanhamento das contrapartidas sociais exigidas pelo Bolsa Família. Conforme as contas de Valle, o governo só segue a vacinação de 37% das famílias contempladas. “É o índice mais baixo do País”, afirmou.
Em relação à educação, até o momento, o GDF se limita a exigir a matrícula das crianças. E não fiscaliza se garotos e garotas não frequentam as aulas. O descaso no acompanhamento é preocupa o Ministério do Desenvolvimento Social.
Para reverter este quadro, Valle tenta obter informações dos secretários de Educação e Saúde. Um dos objetivos, por exemplo, é a fiscalização da frequência das crianças em sala de aula nos semestres .
A crise financeira, local e nacional, começou a pressionar os programas de assistência social no DF. Entre agosto e novembro, o Bolsa Família recebeu 13.158 novos inscritos. Em outubro, foram inseridas 8.445 pessoas no DF Sem Miséria.
Para Valle, o apoio financeiro tem sido fundamental para minimizar os efeitos da tormenta financeira. Afinal com os recursos as famílias consomem principalmente alimentos e movimento o comércio, especialmente os pequenos estabelecimentos.
Cada vez menos empregos
De cada 100 pessoas que buscam emprego na Agência do Trabalhador, somente quatro conquistam a carteira de trabalho assinada, conforme levantamento do governo do DF. Estes números alarmantes refletem o delicado momento econômico brasileiro e as falhas do atual modelo de combate ao desemprego.
“Vamos trabalhar junto com o setor produtivo na qualificação dessas pessoas. Não vamos mais, simplesmente, captar a vaga, achar a pessoa que vai até a Agência do Trabalhador e encaminhar. Nós vamos terminar o nosso serviço com o trabalhador com a carteira assinada”, prometeu Joe Valle.
O governo passará a focar esforços para a oferta de cursos de capacitação empresarial. A ideia é formar microempreendedores para garantir renda a estas pessoas e, por tabela, dinamizar a cadeia da economia.
Em dezembro, o governo lançará uma plataforma digital para qualificação para empreendedores à distância. Em paralelo ao projeto de internet gratuita, o GDF também pretende oferecer vagas aos desempregados em ruas e praças na tela de celulares.
Mudanças nos restaurantes comunitários
1 – Até janeiro de 2016, o governo reformulará o projeto dos restaurantes comunitários. Após o aumento das refeições, houve uma queda generalizada na frequência.
2 – De acordo com Joe Valle, os primeiros testes serão no Itapoã, onde houve uma queda de 70% das refeições. A população carente inscrita em programas sociais poderá pagar uma taxa diferenciada, próxima a R$ 1,50.
3 – O governo estuda promover feijoadas especiais e levar apresentações de teatro e cinema nos restaurantes.