Opiniões divididas travam debate sobre transformação do Centro Médico da PM em hospital da Segurança Pública

O que deveria ser visto com bons olhos e uma iniciativa e tentativa do governo em resolver os problemas da saúde dos servidores ativos, inativos, pensionistas e dependentes dos órgãos de segurança pública do DF está se transformando numa queda de braços que pode ir parar nas barras dos tribunais.

De um lado o governo que vê nessa iniciativa uma possibilidade de acabar com as longas filas de espera para tratamento médico de seus servidores. Do outro, associações de classe e público interno de ambas corporações que não admitem ter que dividir um bolo preparado com muito glacê.

Na Polícia Militar, é notório que o atual modelo de atendimento não está dando certo há muito tempo. Com um efetivo atual de 10.519 policiais na ativa e 100 médicos e 62 dentistas para atendimento a consultas eletivas, é praticamente impossível atender a demanda. Isso porque os inativos, pensionistas e dependentes não estão computados nesses números apresentados acima.

Na opinião do governo, mesmo a unidade militar tendo 100 leitos disponíveis para internações, os convênios com outras unidades hospitalares para essas internações indicam que os recursos empregados estão sendo subutilizados, recursos esses que poderiam perfeitamente serem empregados numa possível terceirização da área por uma O.S. (Organização Social) ou uma PPP (Parceria Público Privada).

No Corpo de Bombeiros, o que se ouve diverge um pouco das colocações feitas pelas associações da Polícia Militar, tanto de Praças como de Oficiais. A Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros (Asof-BM) também demonstrou contrariedade em transformar o Centro Médico da PM em hospital para servidores da segurança, mas também não querem se envolver nessa celeuma porque na opinião do presidente da ASOF-BM, Coronel Eugênio Nogueira, “Os bombeiros não precisam do hospital da PM, nós temos o nosso próprio e o nosso corpo médico. Nosso percentual de contribuição mensal é de 2% para o fundo de saúde. Isso dá direito a tratamento para nós e os nossos dependentes”, afirmou. Atualmente o quadro da corporação está fixado em 5.498 militares da ativa, com 213 médicos, 50 dentistas e mais o Quadro Complementar.

Já a PCDF, hoje, dispõe de um quadro efetivo de 4.370 e não dispõe de quadro médico em seu efetivo. No entanto, existem afirmações de que a PCDF não tem orçamento para saúde. Tem sim e está previsto no FCDF, aprovado na LOA para 2019, na ordem de R$ 308.006.848,00 milhões para Assistência Médica e Odontológica para atender os três órgãos que compõe a Segurança Pública, PMDF, PCDF e CBMDF.

A entidade representativa da PCDF, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), através de seu presidente, Rodrigo Franco, se manifestou aprovando a medida. “Acreditamos que é uma alternativa positiva para atender a saúde física e mental dos policiais civis”, afirmou.

Resumo

Na atual conjuntura porque passam os órgãos de segurança pública no quesito “saúde”, nota-se que quem mais está prejudicada, sem sombras de dúvidas, é a Polícia Militar devido ao tamanho de seu efetivo. O modelo aplicado hoje para atendimento é falho e criticado do soldado mais moderno ao coronel mais antigo da corporação. Mesmo com a efetivação do que é proposto pelo governo Ibaneis Rocha (MDB), ainda assim haverá a necessidade de complementação de especialidades por clínicas ou hospitais, isso é fato.

Reuniões e mais reuniões foram feitas (acima) e ainda estão sendo realizadas desde 2013. Na verdade, algo precisa ser feito de imediato e o governo está colocando a mão na massa e dando a cara a tapa para fazê-lo. Se dará certo ou não só saberemos com a implementação. Não resta a menor dúvida, mediante os fatos, de que quem se beneficiará melhor da situação, a priori, será a Polícia Civil. Na Câmara Legislativa as opiniões se divergem, mas todos entendem que algo precisa ser feito com a máxima urgência e que todos os meios possíveis serão empregados por parte do Legislativo, desde que os objetivos possam ser alcançados.

Porém, é importante frisar que essa iniciativa é de cunho governamental com o objetivo de melhorar a saúde do policial e bombeiro, assim como todos os servidores da segurança pública. As controvérsias das associações de classes e dos integrantes das corporações é absolutamente natural, principalmente quando o sentimento de posse não quer se desprender em prol do coletivo. Mas se deixarmos de lado as picuinhas, todos ganham”, disse um parlamentar.

“Creio que o momento é delicado, mas que requer uma harmonia com visão futurista de que os problemas sejam sanados. Aqueles que são contra tem suas retóricas para isso, no entanto, as divergências devem ser colocadas de lado e dado todo apoio necessário para que o objetivo maior, que é o bem estar dos servidores dos três órgãos e seus dependentes, seja plenamente alcançado”, afirmou outro parlamentar.

Nota do editor

Após assistir um vídeo do deputado Distrital Hermeto, representante da PM na CLDF, cheguei a seguinte conclusão: Na minha opinião, o deputado não está errado não. O problema nosso não se resume a criação agora ou amanhã de um novo hospital, mas no que deveria ter sido feito por governos passados, gestores e colaboradores. Tivemos preocupações com isso? Se tivéssemos estaríamos nessa situação hoje? Toda mudança é fruto de desconfianças por questões meramente políticas. Nossa autofagia chegou ao limite de nem mesmo esperarmos os resultados.

Todos têm interesse nisso, sejam para mudanças ou não, seja por interesses particulares ou não. Há quantos anos brigamos por uma saúde eficiente? Quem é antigo sabe muito bem os bons cuidados que recebíamos quando ainda existia a tal Policlínica, e não precisa ser muito antigo não. Até pequenas cirurgias eram feitas no local. Mas já pararam para pensar que o efetivo cresceu, que os recursos do FCDF diminuíram, continuam diminuindo a cada ano e ainda são contingenciados? Tivemos a prova disso numa audiência pública onde um Major Médico PM disse em alto e bom tom que 40 milhões haviam sido contingenciados de nossa saúde.

Política é a arte do diálogo, da negociação, queiram ou não. Agora atirar o camarada na cova dos leões é muito fácil quando não estamos no lugar dele. O que é melhor: Tentar a mudança para que tudo melhore ou ficar nos bastidores criticando e achando que nossas vozes serão ouvidas continuando com essa ineficiência no atendimento que temos hoje?

Chega! Tá na hora de amadurecermos politicamente e termos olhar futurista. Se não for assim, que continuemos nos zaps da vida murmurando o que Deus condena.

Respeitando as opiniões contrárias, essa é minha forma de ver as coisas. Avante PMDF…avante saúde dos integrantes dessa valorosa corporação.

Que os cegos vejam e os surdos ouçam!

Por Poliglota / Blog do Poliglota

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