Secretário de Comunicação da Presidência pede demissão

thomas-traumann-orlando-brito-obritonewsO ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Thomas Traumann, pediu demissão do cargo hoje (25). A presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido. Por razões pessoais, Thomas já vinha querendo deixar o ministério desde o final do ano passado, mas Dilma vinha lhe pedindo mais tempo para encontrar um substituto. Os problemas ocorridos na semana passada, quando vazou um documento atribuindo a crise no governo à sua estratégia de comunicação, acabaram fazendo com que Dilma aceitasse então a saída do jornalista.

Em nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência no final da tarde, Dilma “agradeceu a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”. Em 2012, o jornalista se tornou o porta-voz da Presidência, quando a ministra da Secom era Helena Chagas, hoje colunista do Fato Online. Mais tarde, no início de 2014, Thomas assumiu também a Secom no lugar de Helena. Ao deixar o cargo nesta quarta-feira (25), Traumann postou na sua conta no Twitter a letra da canção “Novos Rumos”, de Paulinho da Viola: “Vou imprimir novos rumos/Ao barco agitado que foi minha vida”.

Quando, no final do ano passado, Thomas manifestou a Dilma sua intenção de deixar o cargo, a solução inicial imaginada pela presidente era dar o cargo para o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner. Ele, porém, não aceitou o convite para a tarefa, alegando que a comunicação não era a sua área. Dilma pediu a Wagner que indicasse, então, alguém para o posto. Como isso não aconteceu, Thomas Traumann foi permanecendo no cargo. De uma forma, no entanto, provisória. Demissionário, ele perdeu a capacidade que tinha de traçar estratégias para a área, deixando a comunicação de governo travada.

O documento vazado com críticas à comunicação do governo complicou a situação de Traumann. Além de admitir problemas na área, o texto sugere a existência de práticas consideradas irregulares, como o uso de robôs para aumentar o tráfego de páginas do governo nas redes sociais e o financiamento de páginas de blogueiros aliados, sem atender a critérios técnicos. Por conta do documento, Thomas Traumann estava inclusive convocado pela oposição a prestar esclarecimentos no Senado.

Chegou-se a cogitar a hipótese de que o jornalista iria deixar o cargo na Presidência da República para assumir a comunicação da Petrobras. Segundo fontes do governo, no entanto, é mínima, quase zero, a hipótese disso vir a acontecer.

Terceiro substituído

A saída do ministro repercutiu no Congresso Nacional, campo minado para o Executivo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentou que Traumann deixou o cargo por “motivações internas” do governo. No entanto, discordou que a saída dele da Secom seja o início para uma reforma ministerial mais ampla. Para o peemedebista, o jornalista era um “bom quadro”. “Não é pelo fato de ter um problema no ocupante de um cargo que você precisa fazer uma reforma com todo mundo que não tem problema”, afirmou. Cunha acrescentou que realizar uma troca ainda maior na Esplanada terá “natureza política” e será por “decisão pessoal”.

Traumann é o terceiro ministro substituído desde o início do segundo mandato da presidente Dilma. Na semana passada, Cid Gomes pediu para sair depois de confrontar Eduardo Cunha no plenário da Câmara. No início de fevereiro, Mangabeira Unger entrou no lugar de Marcelo Néri na Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Até a definição do novo ministro, assume o cargo o secretário executivo da Secom, Roberto Messias. Segundo fontes palacianas, o atual secretário de imprensa, Olímpio Cruz, assume o cargo de porta-voz do governo.

Fonte: Fato Online

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