Sindicato instala lavanderia na Esplanada

20150319013810Um levantamento realizado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) aponta que desde o começo de 2015, R$105 bilhões foram sonegados no Brasil. Desta quantia, R$80 bilhões já foram repassados para operações de lavagem de dinheiro. Para trazer à tona o debate, o sindicato montou uma peça publicitária na Esplanada dos Ministérios.

Exposta na tarde de ontem em frente a catedral de Brasília, no Plano Piloto, o Sinprofaz apresentou a campanha “Lavanderia Brasil”. No local, uma grande máquina de lavar inflável foi montada junto a  varal onde cédulas falsas de R$ 100 foram penduradas. Pretendia-se mostrar de maneira irônica a grande quantia de dinheiro lavado.

Ao lado, um painel indicava aos motoristas e pedestres que trafegavam pela via S1 o montante total de dinheiro sonegado este ano, o“Sonegômetro”. Além disso, funcionários do sindicato entregavam panfletos sobre o tema a quem passava.

A lavagem de dinheiro é o processo financeiro que busca dar  aparência lícita a um dinheiro de origem ilícita, ou seja,  vindo de propinas, tráfico de armas e drogas, corrupção ou  renda sonegada. Espera-se que retorne à economia formal e para que isso aconteça os processos são os mais diversos.

Lícito na aparência

“O criminoso pode dizer que comprou 50 milhões de litros de combustível ao ano, mas na verdade só comprou 10 milhões. Então ele paga para alguém fornecer notas frias dos 40 milhões. Na verdade ele negociou somente os 10 milhões e trouxe para a economia formal os 40 milhões de origem ilícita por meio dessa engrenagem”, exemplifica o presidente da Sinprofaz, Heráclio Camargo.

Sonegação de tributos está na origem de tudo

O presidente do sindicato faz um alerta sobre quanto de fato se sonega nas mais diversas operações. “A lavagem de dinheiro está muito conectada com os desvios tributários porque todo o dinheiro do crime, por definição, é sonegado e todo dinheiro de caixa 2  caracteriza  crime de sonegação fiscal. Podemos dizer que a lavagem de dinheiro acarreta a sonegação brutal, que chega a R$ 500 bilhões, por ano, no Brasil”, detalha Heráclio. O valor apontado pelo presidente do Sinpraf corresponde ao total estimado pelo Sonegômetro no ano passado.

Para o professor de finanças da UnB, Roberto Piscitelli, isso reflete falta de investigação do fisco sobre grandes contribuintes. “Há um trabalho excessivo em cima dos pequenos contribuintes, que acabam ficando com o ônus, enquanto os grandes, que tem condições de realizar essas operações passam despercebidos”, explica.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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