Trocas de comando: discursos miram a defesa da integração entre as forças

20160107073203876209uAlém de nomear como titular da pasta a ex-subsecretária de Segurança Cidadã do GDF, o governador mudou o principal cargo da PM.

Dois meses depois da saída do sociólogo Arthur Trindade, o governador Rodrigo Rollemberg nomeou ontem Márcia de Alencar Araújo para a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social. A psicóloga e bacharela em direito tem 50 anos e é a primeira mulher a assumir, efetivamente, a pasta no Distrito Federal. Mestra em sociologia e com forte discurso na área de cidadania e defesa dos direitos humanos, Márcia mantém o mesmo perfil do antecessor, alvo de críticas e resistência dentro da Polícia Militar. Mas ela assumiu o posto com discurso de integração e evita o embate. “A autonomia das forças é estratégica e não limita nem dificulta, apenas amplia a necessidade do diálogo”, afirmou.

Além de finalmente escolher a titular da Secretaria de Segurança, Rollemberg anunciou uma troca de comando na Polícia Militar. O coronel Florisvaldo César, que entrou em conflito com Arthur Trindade no ano passado, foi demitido do posto. O novo comandante da corporação é o coronel Marco Antônio Nunes, que tem 26 anos de Polícia Militar e estava no Subcomando-Geral. O coronel Marcos de Araújo, que chefiava a Academia de Polícia Militar do Distrito Federal, assume o cargo de subcomandante-geral.

 Especialistas avaliam que a mudança no comando da corporação era essencial para restabelecer as forças dentro da Secretaria de Segurança Pública. Em outubro, um confronto entre professores grevistas e integrantes do Batalhão de Choque da PM levou à queda de Arthur Trindade. O governador Rodrigo Rollemberg não foi comunicado da ação e cogitou demitir Florisvaldo César. Mas oficiais da PM não aceitaram a saída e forçaram a permanência do comandante. Insatisfeito com a situação, Trindade pediu demissão. “No Distrito Federal, o secretário de Segurança é rainha da Inglaterra”, declarou, à época.
Para a nova chefe de Segurança Pública, o grande desafio será a redução dos crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos. “Eles representam mais de 80% do total de ocorrências. Isso mostra como temos um problema social associado à questão de segurança pública. O desafio é garantir a redução da desigualdade, entendendo que os problemas da segurança pública não podem ser tratados de forma isolada dos problemas sociais. Precisamos integrar o estado policial com o estado social”, explica Márcia. “O compromisso público do governador é garantir um diálogo permanente com os segmentos, para que a gente não faça apenas repressão, mas para que possa garantir que se complete em Brasília o ciclo do bem-estar social.”

Fonte: Correio Braziliense

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