Da redação do Conectado ao Poder
A falta de formação superior entre educadores da creche e pré-escola é um problema que persiste no Brasil.

Um preocupante levantamento revelou que 19,4% dos professores que atuam nas creches brasileiras não possuem ensino superior completo. O dado, que pertence ao Anuário Brasileiro da Educação Básica, reflete uma situação alarmante na formação de profissionais que lidam com a educação infantil, onde a falta de qualificação pode impactar diretamente no aprendizado das crianças.
O estudo, publicado no dia 25 de setembro de 2025, mostra que, apesar de avanços na formação de docentes nas últimas décadas, a realidade ainda é desafiadora. Enquanto, no geral, a porcentagem de professores sem graduação caiu de 23,8% para 12,5% entre 2014 e 2024, as creches apresentam índices elevados. Na pré-escola, a situação é ligeiramente melhor, mas ainda preocupante, com 17,4% dos professores sem diploma.
A educação infantil é considerada, por lei, parte da educação básica, o que exige que os educadores tenham formação adequada em pedagogia ou licenciatura. No entanto, essa exigência nem sempre é cumprida, gerando um cenário de incertezas para o futuro dos alunos que dependem da educação de qualidade nesse período crucial de formação.
Outros dados do anuário apontam que a falta de formação não se limita à educação infantil. No primeiro ciclo do ensino fundamental, 12,7% dos professores não têm diploma, enquanto nos anos finais esse percentual diminui para 8% e apenas 4% no ensino médio. Isso indica uma tendência de melhora, mas que ainda deixa muitos alunos sob a supervisão de profissionais sem a formação necessária.
Os especialistas destacam que a qualidade do corpo docente é fundamental para o aprendizado. “Professores com formação adequada, boas condições de trabalho e remuneração são fundamentais para implementar as políticas educacionais,” afirmou o documento que acompanhou o levantamento.
Além disso, em relação aos salários, 68,5% dos municípios brasileiros pagam, pelo menos, o piso do magistério para professores em jornada de 40 horas semanais. Estados como Ceará e Piauí se destacam positivamente, enquanto Espírito Santo e Roraima apresentam os menores índices de remuneração.
Outro aspecto a ser considerado é a crescente formação de professores a distância. De 25% em 2013, o número de docentes formados na modalidade EAD saltou para 59% em 2023. A nova política do governo tem gerado controvérsias, especialmente sobre o impacto da diminuição do ensino presencial na formação pedagogica dos docentes.
O presente cenário ressalta a urgência de um debate mais amplo sobre a formação dos professores, especialmente aqueles que são responsáveis pela educação infantil, uma fase fundamental na formação de cidadãos.










