Da redação do Conectado ao Poder
Ministério das Cidades analisa proposta das incorporadoras para aumentar o alcance do programa habitacional.

Empresas do setor imobiliário apresentaram ao governo uma proposta para aumentar o teto de valores do programa Minha Casa Minha Vida. A ideia é elevar o limite de R$ 500 mil para R$ 650 mil para imóveis da faixa 4 do programa, direcionados à classe média. Além disso, a proposta visa aumentar a faixa de renda das famílias atendidas de R$ 12 mil para R$ 15 mil. A proposta foi discutida no Ministério das Cidades, onde ainda está sob análise.
A solicitação das incorporadoras surge em um momento de dificuldade, devido aos altos juros dos financiamentos, que têm impactado as vendas no setor imobiliário. As empresas acreditam que, com a ampliação do programa, poderão acessar um orçamento de R$ 18 bilhões, destinado para habitação, e alavancar suas vendas. A proposta foi considerada como uma forma de reintegrar a classe média ao mercado imobiliário, que se encontra estagnado.
Um dos representantes do setor comentou que a intenção é criar condições melhores para o mercado de imóveis: “É uma chance de oferecer mais moradias a um público que precisa”. A medida, no entanto, está sendo analisada cautelosamente pelo Ministério, que está avaliando o impacto de uma nova mudança nas regras do programa já existente.
As incertezas no setor se levantam em meio a um cenário político e econômico conturbado, especialmente à luz das eleições presidenciais que se aproximam. Existe uma preocupação sobre a necessidade de amadurecimento da faixa 4 antes de qualquer ajuste adicional. Atualmente, o financiamento na faixa 4 oferece taxas de 10% ao ano, enquanto o mercado tradicional opera com juros que podem chegar a 13% ao ano, o que se revela como um grande entrave para muitos potenciais compradores.
Dados da consultoria Brain mostram que o preço médio do metro quadrado de imóveis entre R$ 350 mil e R$ 700 mil em São Paulo é de R$ 10,1 mil, refletindo na viabilidade de imóveis de diferentes tamanhos dependendo da localização. Em regiões como a Vila Mariana e Pinheiros, com preços de metro quadrado superiores a R$ 17 mil, a proposta de teto de R$ 650 mil poderia oferecer apartamentos maiores, junto a uma possível melhoria nas áreas comuns dos empreendimentos, seguindo a tendência de condomínios-clubes.
Em resumo, com essa proposta de ampliação no Minha Casa Minha Vida, o setor imobiliário busca não só aumentar suas margens de lucro, mas também oferecer uma alternativa viável para a classe média, que enfrenta desafios ao tentar conquistar a casa própria em um cenário de altas taxas imobiliárias e incertezas econômicas.










