PMs de vários estados consideram injusto o processo contra policiais do DF que estavam de serviço no 8 de Janeiro

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Da redação do Conectado ao Poder

Associações de oficiais de várias unidades se manifestam em defesa dos réus, apontando viés político no julgamento

Associações de oficiais da polícia militar de estados governados pela direita se mobilizam em apoio aos sete policiais do Distrito Federal que estão aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal pelos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. As entidades de São Paulo, Amazonas e Santa Catarina se uniram à associação do DF, emitindo manifestos que defendem a legitimidade da ação dos policiais e afirmam que eles são vítimas de um processo político.

O movimento ganhou força após a assembleia-geral em junho da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais, que reúne oficiais da polícia militar e do corpo de bombeiros de todas as 27 unidades da federação. O coronel da reserva, Leonardo Moraes, presidente da associação dos oficiais da PM do DF, destacou que muitos dos integrantes da categoria têm receio de se manifestar sobre a situação dos colegas em Brasília, mesmo se sentindo incomodados.

“Eles resolveram mostrar explicitamente e por escrito o apoio, mas já acompanham o caso há muito tempo. Agora, decidiram se manifestar formalmente”, afirma Moraes. Todos os estados envolvidos no apoio aos policiais do DF são governados por pessoas de direita, como Tarcísio de Freitas em São Paulo e Wilson Lima no Amazonas.

Em uma nota divulgada em 30 de agosto, a Defenda PM, associação de oficiais de São Paulo, descreveu os policiais do DF como vítimas de um “processo inquisitorial que afronta os princípios constitucionais”. O coronel Luiz Gustavo Toaldo Pistori, presidente da entidade, afirma que não questionam o mérito do julgamento sobre os eventos de 8 de janeiro, mas sim a forma como os policiais têm sido tratados em comparação a outras forças de segurança.

A associação de oficiais do Amazonas criticou o que considera uma “criminalização seletiva” dos agentes públicos, argumentando que o processo assemelha-se a um julgamento político mais do que a uma avaliação técnica. O mesmo tom se faz presente na declaração da associação de Santa Catarina, que ressalta a projeção de responsabilidades e acusações que não correspondem à atuação dos policiais em questão.

O julgamento dos sete policiais, que inclui ex-comandantes da polícia militar de Brasília, já foi adiado por três vezes sem novas explicações. Estas incertezas aumentam a tensão entre os policiais e suas associações, que sentem que seus colegas estão sendo tratados de forma desigual no cenário político atual.

Por fim, a associação dos oficiais do DF expressou sua preocupação, comparando a situação dos policiais à de “gado em um matadouro” que aguarda a “hora do abate”. A situação expõe um debate amplo sobre a segurança pública e as implicações políticas envolvidas nos julgamentos de membros das forças de segurança no Brasil.

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