Da redação do Conectado ao Poder
Depoimento revela ligação de Mauro Palombo com operações irregulares; convocação do advogado-geral da União é adiada.
A CPMI do INSS convocou Mauro Palombo Concílio, contador vinculado a empresas investigadas por fraudes milionárias em benefícios do INSS, para depor. A oitiva ocorreu nesta quinta-feira, 27 de novembro, e faz parte das investigações sobre esquemas fraudulentos que envolvem descontos irregulares em aposentadorias e pensões.
Concílio é acusado de estar relacionado à contabilidade de empresas que receberam grandes quantias da Amarbrasil, uma entidade sob investigação. Durante o depoimento, o contador admitiu que apresentou declarações de Imposto de Renda para Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, mas afirmou não ser responsável pela contabilidade das empresas ligadas ao lobista que está preso.
Surpreso com as alegações sobre Antunes liderar um esquema de fraudes, Concílio defendeu sua atuação, dizendo que não encontrou indícios de irregularidades. Ele ressaltou que analisava todos os documentos e declarações, assegurando que os processos eram legítimos.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (PL-AL), questionou Concílio sobre sua falta de percepção em atividades que movimentaram R$ 794 milhões e que levantaram suspeitas. “Esse dinheiro passou pela contabilidade do senhor”, afirmou Gaspar. O contador respondeu que prestava serviços de abertura de empresas sem verificar antecedentes dos sócios.
Sobre possíveis conflitos de interesse, Concílio argumentou que sua atuação se limitava ao cumprimento de exigências formais para a manutenção das empresas. No entanto, sua defesa não convenceu todos os parlamentares, que expressaram ceticismo quanto à sua falta de conhecimento sobre as movimentações financeiras e estruturas semelhantes que surgiram em sua gestão.
