Operação Pensilvânia: PCDF prende líder religioso de igreja evangélica por abuso sexual de adolescentes

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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação Pensilvânia, que resultou na prisão temporária de um homem, de 30 anos, líder religioso de uma igreja evangélica, localizada na região administrativa do Guará. O envolvido é investigado pela prática de estupro de vulnerável contra múltiplos adolescentes do sexo masculino. Ele foi localizado e preso na última sexta-feira (19), em residência, durante cumprimento a mandado de prisão temporária, expedido pela justiça do DF.

A ação foi coordenada pelo delegado Herbert Léda, da 4ª Delegacia de Polícia, e representa uma das mais relevantes operações de enfrentamento ao abuso sexual infantojuvenil realizadas no Distrito Federal nos últimos anos. As investigações revelaram um padrão sistemático de crimes praticados ao longo de aproximadamente seis anos.

O investigado utilizava sua posição de liderança religiosa e sua atuação como ministrante de cursos temáticos voltados à sexualidade e “integridade sexual” de adolescentes para ter acesso privilegiado às vítimas. A partir dessas atividades, obtinha informações íntimas e explorava vulnerabilidades emocionais, especialmente de jovens em situação de fragilidade familiar, para cometer os abusos de forma recorrente e premeditada.

As apurações tiveram início em novembro de 2025 e, até o momento, identificaram quatro vítimas formalmente ouvidas, com relatos consistentes e convergentes. Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2019 e 2024, envolvendo adolescentes que, à época dos fatos, tinham idades entre 10 e 17 anos. Há, ainda, pelo menos oito possíveis vítimas em processo de oitiva, o que pode ampliar significativamente o número de crimes apurados.
O modus operandi demonstrou elevado grau de manipulação psicológica.

 O investigado convidava as vítimas para encontros individuais sob falsos pretextos, criando situações de isolamento. A progressão das condutas seguia um padrão identificado nas investigações, iniciando-se com aproximações aparentemente inofensivas e evoluindo gradualmente para toques em regiões íntimas, gerando dependência emocional e profundo sofrimento psíquico.

A investigação foi conduzida com elevado rigor técnico pela equipe da Seção de Atendimento à Mulher (SAM), que realizou oitivas especializadas de crianças e adolescentes, em conformidade com a Lei nº 13.431/2017, assegurando acolhimento adequado e evitando a revitimização.

Os elementos probatórios reunidos incluem depoimentos das vítimas, familiares e testemunhas, além da análise de registros que indicam tentativas de tratamento informal das denúncias, mesmo após o conhecimento prévio dos fatos por pessoas do convívio institucional do investigado.

Diante da robustez das provas, a representação policial foi integralmente acolhida pelo Juízo de Garantias, que determinou, na última sexta-feira (19), a prisão temporária do investigado, pelo prazo de 30 dias, bem como o cumprimento de mandados de busca e apreensão domiciliar, quebra de sigilos telemático e telefônico dos últimos cinco anos e medidas protetivas, incluindo o afastamento imediato de funções de liderança religiosa e a proibição de aproximação das vítimas.

Durante a operação, foram apreendidos dispositivos eletrônicos que serão submetidos à perícia forense, com o objetivo de identificar novos elementos probatórios e eventual localização de outras vítimas.

A PCDF destaca a importância da denúncia e do acolhimento especializado como instrumentos fundamentais para romper ciclos de violência e silêncio, sobretudo em contextos de confiança institucional. As investigações seguem em andamento, com prazo de 30 dias para a conclusão do relatório circunstanciado.

A Polícia Civil do Distrito Federal reforça que denúncias podem ser realizadas, inclusive de forma anônima, pelo Disque 197.

Operação Pensilvânia reafirma o compromisso da PCDF com a proteção integral de crianças e adolescentes e com a repressão qualificada aos crimes contra a dignidade sexual de vulneráveis.

Fonte: PCDF

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