Deputado considera desrespeitosa demissão da cúpula da Secretaria de Justiça

20160225003333Na opinião de Raimundo Ribeiro (PSDB), o governador Rollemberg foi “extremamente deselegante e desrespeitoso” com as exonerações de ontem após a fuga de 10 presos da Papuda no último domingo.

Ex-líder do governo, o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) criticou duramente o governador Rodrigo Rollemberg, durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta (24), pela demissão da cúpula da Secretaria de Justiça. Na opinião de Ribeiro, o governador foi “extremamente deselegante e desrespeitoso”. As declarações repercutiram no plenário e vários deputados se manifestaram sobre o assunto.

Após uma fuga de 10 presos no último domingo, o governador exonerou ontem o secretário de Justiça, João Carlos Souto; o subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe), João Carlos Lóssio, e o diretor do presídio PDF1, na Papuda, delegado Mauro Cezar Lima, ligados ao deputado Raimundo Ribeiro. Outra decisão adotada por Rollemberg, a transferência do sistema penitenciário da Secretaria de Justiça para a Secretaria de Segurança também foi condenada por Raimundo Ribeiro.

Na opinião do distrital, a transferência “é um retrocesso histórico, pois o mundo inteiro já sabe que o sentenciado tem que ser ressocializado e isto não é uma questão de segurança”. O deputado ironizou a rapidez do governo em efetuar as demissões: “celeridade inédita neste governo”. Para ele, as opções políticas escolhidas pelo governador refletem o pensamento do governo.

Ribeiro disse ainda que desde o início do governo relatou diversos problemas no sistema penitenciário diretamente ao governador e algumas vezes até sugeriu soluções, mas nada foi feito. “Esta fuga foi uma tragédia anunciada que o governador sabia muito bem que poderia acontecer. Temos o direito de errar, mas não temos o direito de desrespeitar as pessoas. O governador também não pode ser desleal com a população de Brasília jogando a culpa da fuga nestes três servidores”, assinalou.

O deputado anunciou que todos os cargos no governo que indicou estavam à disposição do governador. “Não faço parte de base alugada. Não vendo meu voto em troca de cargos. Não tenho que ser situação ou oposição. O que interessa é que Brasília não aguenta mais governo incompetente”, completou, sugerindo que o governador deveria pedir desculpas à população e aos servidores exonerados “por criar uma cortina de fumaça” e não assumir suas responsabilidades.

Repercussão

A presidente da Câmara, deputada Celina Leão (PPS), prestou solidariedade ao colega e afirmou que os parlamentares merecem tratamento de respeito. Para ela, no entanto, o distrital agora terá liberdade para fazer um mandato livre.

O deputado Ricardo Vale (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, disse que esteve nos presídios no ano passado e constatou que o sistema penitenciário do DF é um caos. A falta de agentes no sistema, segundo dados do sindicato, seria de mais de mil servidores. “A culpa não é de um ou outro secretário. A culpa é do governo”, finalizou.

“É extremamente ruim quando o governo, que tem de assumir sua responsabilidade, expõe os servidores”, acrescentou o líder do PT na Casa, deputado Wasny de Roure, para quem os três exonerados são “pessoas habilitadas por formação”. O deputado Wellington Luiz (PMDB) também fez questão de elogiar os nomes que estavam à frente da Secretaria de Justiça: “São profissionais exemplares. A incompetência não foi deles”.

Incompetência

Já o deputado Roosevelt Vilela (PSB) fez um contraponto às críticas ao GDF. Ele defendeu as atitudes tomadas pelo governador Rodrigo Rollemberg e criticou as declarações e a condução do caso pelas autoridades demitidas. Na opinião dele, os ex-secretários e o diretor do presídio deram um “atestado de incompetência” no episódio.

O líder do governo na Câmara, deputado Júlio César (PRB), reconheceu que a forma como Ribeiro foi comunicado não foi a ideal, mas defendeu que o ex-secretário de Justiça errou ao comentar publicamente o problema na Papuda: “Determinadas situações têm que ser resolvidas em casa”.

 Fonte: CLDF
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