Janot: Odebrecht usou contas no exterior para pagar propina ao PP

alx_brasil-janot-stf-20150819-01_originalEm denúncia enviada ao Supremo, procurador-geral da República detalha que somente o deputado João Pizzolatti recebeu ao menos 1,53 milhão de dólares no petrolão.

Em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que empresas ligadas à Odebrecht usaram contas no exterior para fazer pagamento de propina ao PP, cujo principal beneficiário era o ex-deputado João Pizzolatti (SC). De acordo com a denúncia, o ex-deputado recebeu pelo menos 1,53 milhão de dólares no esquema.

De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a Braskem, controlada pela Odebrecht, efetuou quatro transferências que beneficiaram o deputado entre 2009 e 2010 para que a construtora fosse favorecida em contratos de aquisição de nafta celebrados com a Petrobras.

“Realizadas as transferências bancárias internacionais, Alberto Youssef disponibilizava as correspondentes quantias, em reais, no Brasil, ao PP e particularmente a João Pizzolatti Junior. Dessa forma, entre 2009 e 2010, pelo menos US$ 1,530 milhão foram repassados a título de propina”, escreveu Janot na denúncia.

Os detalhes do esquema foram incluídos na denúncia oferecida na quarta-feira ao STF. Só nesta quinta-feira, no entanto, é que os documentos se tornaram públicos.

Acusações – Além de Pizzolatti, Janot ofereceu denúncia contra outros seis políticos do PP: os deputados federais Arthur Lira (AL), Mário Negromonte Júnior (BA), Luiz Fernando Faria (MG), José Otávio Germano (RS), Roberto Britto (BA) e o ex-deputado Mário Negromonte (BA).

Todos foram acusados por Janot pelos crimes de corrupção passiva e ocultação de bens. Negromonte Júnior também foi denunciado por organização criminosa e por tentar atrapalhar a investigação. Segundo a denúncia, Pizzolatti e Negromonte lucraram, juntos, aproximadamente 360,9 milhões de reais no esquema.

Estadão Conteúdo

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