Por Sandro Gianelli
Políticos com e sem mandato estão vivendo um dos momentos mais difíceis dos últimos anos. Aumento da rejeição por parte da população em relação a classe política, novas regras eleitorais, diminuição de visibilidade nas campanhas e o fim do financiamento privado são alguns dos desafios para quem almeja um cargo público nas eleições de 2018.
Mas o principal motivo de indefinição tem sido a escolha de um partido para disputar as eleições, no Distrito Federal, a decisão mais difícil tem sido a dos pré-candidatos a deputado distrital.
Chapões
Hoje poucos partidos possuem uma nominata forte. Se continuar da forma que está, alguns partidos deverão montar chapões para distrital. Sai a tradicional coligação entre dois partidos e entram alianças entre três e até quatros siglas para conseguir atingir o quociente eleitoral e eleger um distrital.
Falsa expectativa
A maioria dos pré-candidatos vão mudar de partido até o dia 7 de abril (prazo final para a filiação de quem pretende concorrer nas eleições de 2018). Nos bastidores é comum conversar com dirigentes partidários e perceber que a indefinição é generalizada. Nomes de pré-candidatos são garantidos em várias listas partidárias. Muito compromisso será desonrado.
Dever de casa 1
Siglas como a do PT, PR, PTB e PSC demonstram que fizeram o dever de casa, se fortaleceram e não se assustem se estes partidos e as coligações que serão formadas durante a eleição elejam mais de um deputado distrital.
Dever de casa 2
Outras siglas sofrem com a falta de nomes. Algumas terão que alugar um partido para coligarem e eleger seus filiados. Como ocorreu com o PV e o PTN nas eleições de 2014. O PV elegeu o deputado distrital Professor Israel e o PTN (hoje Podemos) elegeu o distrital Rodrigo Delmasso.
Dever de casa 3
Tirando os dois deputados eleitos, ambos os partidos, demonstraram que não possuíam uma nominata forte, sem a coligação, não teriam eleito nenhum parlamentar, como ocorreu com o Democratas e o PSD, que sem coligação não atingiram o quociente eleitoral.
Primeiro passo
A busca por um partido com possibilidade de vitória é o dever de casa mais difícil para quem almeja uma cadeira na Câmara Legislativa. Em 2014, tivemos parlamentares eleitos com metade dos votos de parlamentares que ficaram sem mandato.
Legendas atrativas 1
Hoje dois partidos possuem nominatas atraentes, um é o Avante, que está praticamente com a legenda fechada. O outro é o Pátria Livre, que nas eleições de 2014 obteve quase 100 mil votos.
Legendas atrativas 2
O Pátria Livre elegeu a deputada distrital Telma Rufino, que hoje está no Pros, a legenda ainda elegeu o distrital Rodrigo Delmasso (PTN, na época). Sem Telma Rufino e sem a primeira suplente Jaqueline Silva – que tem sua filiação dada como certa pelos dirigentes do PTB – o partido passa a ser um dos mais atrativos e deve eleger parlamentares com média inferior à dos demais. O teto estabelecido pelos dirigentes do Pátria Livre é de 7 mil votos.
Fique atento
Quem ainda não definiu seu partido deve ficar atento as movimentações. O primeiro passo para a vitória é escolher um bom partido, o segundo e fechar uma boa coligação, depois é sola de sapato, santinho e saliva.
* A Coluna é escrita por Sandro Gianelli e publicada de segunda a sexta no Portal Conectado ao Poder, no Jornal Alô Brasília e no Portal Alô Brasília