Opinião | Quem ganha com a paralisação no DF?

Por Sandro Gianelli

O Distrito Federal ficou praticamente paralisado por 10 anos e a população não merece que outro apagão ocorra na Capital do Brasil

Vou voltar ao ano de 2009, quando o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi afastado e perdeu seu mandato. Mas, antes, para deixar claro, meu foco aqui não é falar dessa época. Quer saber mais sobre isso? Leia o livro: Pandora e outros fatos que abalaram a política de Brasília, do jornalista Ricardo Callado.

Hoje quero lembrar da quantidade de obras que tinham espalhadas por todo o DF. O que ocorreu com o governador, alguns deputados e assessores, a história e a justiça já deram seu veredito. O que quero abordar é o momento político que vivíamos. Tínhamos tantas obras em execução pelo Distrito Federal, que o nome de Arruda chegou a ser cotado para ocupar ou concorrer a cargos em nível nacional.

Vamos voltar as obras? Pois bem, a Caixa de Pandora cancelou o governo Arruda e quem mais sofreu com isso foi a população do DF. Inúmeras obras ficaram paradas e os governos que o sucederam não mostraram a mesma capacidade gestora no que diz respeito a tocar grandes obras no DF.

Talvez por essa inércia administrativa, Agnelo Queiroz (PT) sequer foi para o segundo turno de sua tentativa frustrada de se reeleger. Em seguida Rodrigo Rollemberg (PSB) chegou ao segundo turno, mas também não conseguiu ser reeleito.

Você que está me lendo agora, deve estar se perguntando onde pretendo chegar com esse texto? Calma! Explico agora.

Após uma década, o Distrito Federal voltou a ter grandes obras. Voltou a sonhar, voltou a acreditar e ter a expectativa do retorno de uma gestão voltada para as ações de desenvolvimento local.

O governador Ibaneis chegou, com sua inexperiência política, mas com toda a sabedoria de um homem, que para os mais próximos é conhecido como o Rei Midas, aquele que onde toca, transforma em ouro.

Ibaneis e seus assessores tiraram do papel tantas e tantas obras atrasadas, algumas, acreditem, até mesmo do governo Arruda.

O momento que estamos vivendo não é fácil, estamos em meio a uma pandemia jamais vista no mundo. E, aqui, ainda foi criada uma crise política.

Defendo que o DF não sofra como no pós-pandora. Neste momento quem está na UTI é o Distrito Federal que passa por essa crise para desgastar a administração pública, onde surgem a quebra de braço entre os governistas e os opositores.

Sempre que há a oportunidade de desqualificar quem está no poder, isso ocorre. Praticamente todo governo tem suas CPI’s, que no final das contas só servem para que os parlamentares fiéis conquistem mais espaço no governo e os opositores fortaleçam seus discursos.

Isso é ruim? Errado? Não, isso, sinceramente faz parte da política.

Mas o que não dá pra aceitar é que o quanto pior melhor predomine e o Estado sofra.

Responda você. O que as últimas CPI’s no DF resolveram? Pra mim nada. Estou errado?

Essa quebra de braço tem paralisado a Câmara Legislativa e se tornado uma tentativa de desconstruir os êxitos e a continuação do governo.

Até o momento o governador não foi citado como um envolvido em qualquer escândalo. E todos os envolvidos foram exonerados de seus cargos. A justiça tem feito a sua parte e a população do DF merece que o governo siga nos trilhos.

Não enxergo certos ou errados. Só desejo que a população não volte a sofrer com um governo paralisado e engessado. É isso que ninguém merece.

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