Em mais uma manobra articulada com o Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), escalou nesta terça-feira, 13, os três senadores que faltavam para compor a CPI exclusiva do Senado para apurar denúncias envolvendo a Petrobrás. O peemedebista indicou os senadores goianos Cyro Miranda (PSDB), Lúcia Vânia (PSDB) e Wilder Morais (DEM) – os dois últimos já recusaram a escolha. As vagas de suplentes ficaram com Jayme Campos (DEM-MT) e Vicentinho Alves (SDD-TO).
Após Renan anunciar os nomes, como estabelece o regimento, o integrante mais velho da comissão, senador João Alberto (PMDB-MA), convocou para esta quarta-feira, 14, às 11h30, a primeira reunião da CPI. Até esta edição ser concluída, Renan não havia indicado substitutos para os senadores que recusaram as indicações.
Mesmo que outros senadores sejam escalados e recusem, a CPI já pode se reunir. Com isso, devem ser confirmadas as escolhas dos senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e José Pimentel (PT-CE) como presidente e relator da CPI, respectivamente. Ambos são aliados fiéis do governo Dilma Rousseff.
O Planalto tem pressa em instalar a CPI exclusiva do Senado, pois considera mais fácil controlar uma comissão formada só por senadores do que uma também composta por deputados. A oposição, por sua vez, prefere a instalação da CPI mista e, por isso, PSDB e DEM não indicaram seus nomes para a investigação exclusiva do Senado.
Nesta quarta, porém, a oposição deve ganhar o reforço do PSB do pré-candidato ao Planalto Eduardo Campos. O líder do partido no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), vai formalizar hoje a saída da sigla do bloco de apoio ao governo, liderado pelo PT, que conta ainda com PDT, PC do B e PRB.
O movimento é importante porque, pelo critério da proporcionalidade, o PSB no Senado ganharia uma vaga na CPI mista e a indicação seria feita ainda nesta quarta. Por ora, foram confirmados pelos partidos no Senado e na Câmara os nomes de 16 dos 32 integrantes da comissão, que só pode dar início aos trabalhos, segundo o regimento, com 17 membros escolhidos.
Rollemberg sabe que vai enfrentar a resistência de governistas, que alegarão impossibilidade de aplicar a proporcionalidade nesse caso, uma vez que a comissão mista já foi criada, mas não instalada. Mas a oposição acredita que a regra poderá ser aplicada. O prazo para os líderes fazerem as indicações termina na próxima semana.
Fonte: O Estado de S.Paulo