Da redação do Conectado ao Poder
Após a cassação do mandato do deputado federal mais votado do Paraná, Deltan Dallagnol, ocorre uma divergência de opiniões, em que alguns o acusam de burlar a Lei da Ficha Limpa ao se candidatar em meio a processos administrativos do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), enquanto outros acreditam que essa decisão é um insulto dentro do cenário político.
Segundo o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, ao votar contra o mandato do deputado, afirmou que ele deveria ser punido por renunciar ao posto no Ministério Público para fugir de Processos Administrativos Disciplinares (PADs). Porém, ao opinar sobre o fato, a jornalista política Malu Gaspar comenta que “não havia PAD algum em curso quando Dallagnol renunciou”.
Este assunto foi debatido em sessão na Câmara dos Deputados, que tem o direito de analisar os aspectos formais da decisão judicial e de acordo com o presidente da Casa, Arthur Lira, o processo será enviado à Corregedoria e logo em seguida, será estipulado um prazo para que o deputado se manifeste. “A Mesa seguirá o que determina esse ato: a Câmara tem que ser citada, a Mesa informará ao corregedor, o corregedor vai dar um prazo ao deputado, o deputado faz sua defesa e sucessivamente”, diz Lira.
Na opinião do professor da Universidade de São Paulo, Rafael Mafei, há “incongruências” nesta decisão do TSE. Ele ainda afirma que, se “o personagem fosse outro, o resultado seria diferente”, ou seja, entende-se que esta é mais uma perseguição política aos que são favoráveis à Lava Jato.