Interventor do 8 de janeiro tem sido acusado de oportunismo político

Ex-interventor no DF usa visibilidade política para se posicionar contra o governo local, enquanto eleitores questionam possível oportunismo

A atuação de Ricardo Capelli, interventor nomeado pelo governo federal durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, tem gerado controvérsias no cenário político do Distrito Federal. Capelli enfrenta acusações de oportunismo ao criticar duramente a gestão local, em especial o Corpo de Bombeiros do DF, por sua atuação nas recentes queimadas que atingiram a região.

O Distrito Federal tem sofrido com ondas de calor e focos de incêndio, situação que Capelli usou para atacar o governo e o Corpo de Bombeiros. Para ele, a resposta às queimadas foi “insuficiente”, em um momento em que a preservação ambiental deveria ser prioridade. O discurso, porém, não foi bem-recebido por alguns setores da sociedade, que enxergam as declarações como tentativas de se promover politicamente, já que Capelli é um dos nomes cotados pela esquerda para disputar o governo do DF nas eleições de 2026.

“Capelli parece estar usando as críticas para se projetar, mas a verdade é que não faz sentido culpar apenas o DF pelas queimadas, quando o combate a elas é uma questão nacional”, afirmou uma fonte ligada ao governo local, que preferiu não se identificar.

A crítica ao Corpo de Bombeiros, uma instituição amplamente respeitada tanto no Brasil quanto internacionalmente, incomodou até mesmo eleitores alinhados à esquerda, que enxergam na postura de Capelli uma politização e oportunismo desnecessário.

“Não faz sentido atacar o Corpo de Bombeiros, uma das instituições mais bem avaliadas do país, em vez de focar em soluções reais”, comentou outro interlocutor dos bastidores políticos, que também optou por permanecer no anonimato.

Capelli, que teve visibilidade durante a intervenção federal, vem buscando consolidar sua imagem política desde então, e suas recentes declarações reforçam a percepção de que ele pretende usar o episódio de 8 de janeiro como plataforma para sua candidatura. Contudo, o desgaste de imagem gerado pelas críticas aos bombeiros e a falta de um nome competitivo pela esquerda podem dificultar sua aceitação entre o eleitorado.

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