“A maior parte do governo Ibaneis foi administrando uma pandemia”, disse Dr. Lucimir Maia

Por Sandro Gianelli

Lucimir entende que julgar a gestão Ibaneis na saúde é fácil, difícil é administrar numa situação inesperada

O Conectado ao Poder entrevistou o médico Dr. Lucimir Maia, que é pré-candidato a deputado distrital. Lucimir é cardiologista, ex-superintendente da Região de Saúde Sul e ex-coordenador geral de Saúde do Guará. Lucimir falou sobre o sistema público e privado de saúde.

Essa será sua primeira eleição? Porque?

Sim é a minha primeira eleição. Acreditamos que podemos contribuir para melhorar ainda mais a nossa cidade.

Quais projetos você pretende defender na Câmara Legislativa?

Levantamos essencialmente 3 bandeiras para lutarmos, todas de uma certa forma relacionadas à saúde da comunidade. A primeira é a saúde propriamente dita, com projetos diretamente ligados à nossa saúde pública e privada.

A segunda relaciona-se com a saúde financeira dos habitantes de nossa capital, com projetos para incentivar o empreendedor, a geração de empregos e a capacitação profissional.

A terceira visa a saúde mental com projetos relacionados à nossa cultura como o incentivo às nossas grandes festas como as festas juninas e o carnaval que gera emprego o ano inteiro. E os eventos como aniversários, casamentos e outras comemorações que movimentam inúmeras empresas do ramo.

A saúde pública é um problema nacional. Esse problema tem cura?

O nosso Sistema Único de Saúde deve ter o seu valor de importância resgatado em várias frentes, inclusive com políticas de valorização ao nosso servidor, assim quem ganha são os usuários do sistema.

Melhorias no processo de gestão precisam ser aplicadas em toda a rede de saúde, assim teremos excelência à altura que nossa capital merece.

O que realmente falta para que as pessoas tenham atendimento de qualidade na saúde?

A reorganização do processo de trabalho é fundamental.

Nos momentos em que participei da gestão hospitalar pude comprovar que o que faz sobrecarregar nossos serviços não se resume apenas à chegada constante de pacientes na unidade e sim principalmente na sua saída, ou seja, na sua alta.

Ao reorganizarmos o fluxo interno para tornar-se mais adequado e assim concluir o tratamento dos pacientes para poderem receber alta, temos uma melhoria natural na qualidade do atendimento.

Atualmente nem os hospitais particulares possuem atendimento de qualidade. Estamos chegando perto de um colapso?

A pandemia foi um grande desafio para nossa rede.

Chegamos ao limite de nossas forças para mantermos as unidades funcionantes. O mundo inteiro sofreu com isso.

Todos os processos foram aprimorados, inclusive nossa rede privada de assistência.

Se levarmos em consideração que a rede privada é responsável por cerca de 30% da população que é a que possui planos de convênios de saúde. E que nem todos necessitam de atendimento ao mesmo tempo. E por outro lado nossa rede pública é responsável por 70% da nossa população e durante esses 2 anos quase todos buscaram atendimento inclusive para vacinação.

Nada ficou como antes.

Os governos possuem dificuldade em ocupar vagas reservadas para os médicos. O que pode ser feito para mudar essa realidade?

O profissional de saúde, não somente o médico, precisa ser valorizado, respeitado. A insegurança e a necessidade de melhoria do ambiente de trabalho são fatores importantes na decisão do profissional em permanecer no emprego.

Aumentar as vagas nos cursos de medicina é uma opção?

O aumento da oferta de cursos de medicina pode levar a uma formação de profissionais em massa que levará o profissional a se submeter a condições vis de trabalho e assim naturalmente refletirá na diminuição da qualidade do atendimento ao cidadão.

Não acredito que esta seja a solução desse problema.

As faculdades publicas não deveriam formar médicos e em contrapartida ter um período de dedicação destes médicos voltado para a rede pública de saúde?

É uma questão que está atualmente em discussão em fóruns qualificados.

O gasto público na formação do profissional de saúde não é baixo e de alguma forma devemos encontrar um ponto de equilíbrio.

No final do curso ele ser contratado seria uma garantia de emprego.

Então devemos também argumentar se todos os profissionais formados pelas universidades públicas não merecem ter seus empregos garantidos pelo Estado?

É uma questão complexa.

Nenhum profissional é mais importante do que outro.

Qual a sua avaliação da gestão do governador Ibaneis para a saúde?

Devemos lembrar que na maior parte do governo nós enfrentamos uma situação pandêmica que somente encontrávamos algo parecido em livros de história dos anos de 1912.

Também tenho que lembrar na saúde sempre aprendemos que ninguém faz nada sozinho e que cada qual desempenha seu papel para a grande engrenagem funcionar.

Foram decisões tomadas em tempos difíceis.

Fica fácil para qualquer um julgar um jogo que já ocorreu.

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