Da redação do Conectado ao Poder
Especialista destaca que a educação dos pets vai além da obediência e ensina regras de convivência para uma relação mais harmoniosa com os tutores

O adestrador Jhamau Kaninez foi entrevistado no programa Rota Atividade, da rádio Atividade FM (107,1), pelo jornalista Sandro Gianelli. Durante a conversa, ele esclareceu dúvidas sobre o treinamento de cães e destacou a importância de um processo estruturado para garantir que os pets entendam as regras do ambiente onde vivem.
Segundo Kaninez, muitas pessoas confundem adestramento com punição e acreditam que apenas comandos de obediência são suficientes para modificar comportamentos indesejados. “A maioria dos casos que atendo não tem a ver com comando de sentar, deitar ou ficar. São normas de convivência. O cachorro precisa entender o que pode e o que não pode fazer dentro de casa”, explicou.
Origem militar e adaptação ao cotidiano
O adestramento de cães tem raízes na cultura militar, onde os animais eram treinados para tarefas específicas, como segurança e resgate. Jhamau, que tem experiência em treinamentos com profissionais da área, destacou que hoje a prática se expandiu para o ambiente doméstico, ajudando tutores a lidar com desafios comuns.
“Os cães não falam a nossa língua e chegam em casa sem conhecer as regras do lugar. Se o cachorro destrói um sofá quando está sozinho, não adianta puni-lo horas depois. Ele não sabe que aquilo está errado. O que precisa ser feito é um treinamento baseado em restrição, educação e, só depois, liberdade”, afirmou o adestrador.
O erro mais comum dos tutores
De acordo com Kaninez, um dos erros mais frequentes dos tutores é dar liberdade antes de estabelecer regras claras para o cão. Ele defende que o processo de aprendizado deve seguir uma ordem: primeiro restringir o acesso do animal a certos locais ou objetos, depois educá-lo e, por último, permitir maior liberdade conforme o cachorro demonstra comportamento adequado.
“O problema é que muita gente dá liberdade antes da educação. O cachorro chega na casa e já tem acesso a tudo. Se ele aprende que rasgar papel higiênico ou cavar o quintal é divertido, vai continuar fazendo. Por isso, é essencial ensinar o que pode ou não pode ser feito antes de dar essa liberdade”, detalhou.
Raças mais fáceis e mais difíceis de adestrar
Outro ponto abordado na entrevista foi a diferença entre as raças no processo de adestramento. Algumas são mais predispostas a aprender comandos rapidamente, enquanto outras apresentam maior resistência.
“Os cães da categoria dos primitivos, como Chow Chow, Husky, Samoieda e Akita, são mais difíceis de treinar porque passaram por menos domesticação ao longo da história. Já raças como Border Collie e Pastor Belga Malinois foram desenvolvidas para o trabalho e têm uma predisposição maior para aprender comandos”, explicou Jhamau. No entanto, ele destacou que a inteligência do cachorro não depende apenas da raça, mas sim do indivíduo.
“O cão mais inteligente que já treinei foi um American Bully de quatro meses chamado Shikamaru. Na primeira aula, ele aprendeu nove comandos. Então, mais do que a raça, o que importa é a personalidade do cão e a forma como ele é treinado”, disse.
Como evitar comportamentos destrutivos
Entre as dúvidas dos ouvintes do programa, um dos casos apresentados foi o de uma cadela vira-lata de seis meses que destruía plantas e cavava os vasos da casa. Para esse tipo de comportamento, Jhamau sugere um método baseado em redirecionamento de energia.
“Filhotes têm uma necessidade natural de morder e explorar. Em vez de tentar impedir que ele morda, o tutor deve oferecer alternativas adequadas, como mordedores desidratados ou brinquedos específicos como o Kong, que pode ser recheado e congelado para manter o animal ocupado”, aconselhou.
Além disso, ele ressaltou que cães com comportamentos destrutivos geralmente precisam de mais atividade mental e física. “Falta enriquecimento ambiental e exercícios. Se o cachorro está gastando energia de forma errada, ele precisa de uma rotina que envolva passeios, brincadeiras e desafios que estimulem o cérebro.”
Serviço de adestramento
Para quem busca ajuda profissional no treinamento de cães, Jhamau Kaninez oferece serviços de adestramento a domicílio e consultoria para tutores. O contato pode ser feito pelo Instagram “@kaninez adestramento” ou pelo WhatsApp (61) 98411-5836.
Com experiência de nove anos na área, o especialista reforça que educar um cão não é apenas ensiná-lo a obedecer, mas garantir que ele se adapte de forma saudável à rotina da família. “Ter um pet não precisa ser sinônimo de dor de cabeça. Com o treinamento certo, o cachorro pode viver bem e harmoniosamente com seus tutores”, concluiu.