Advogados que atuam na Operação Lava Jato estimam que o juiz Sergio Moro deve impor penas de 22 a 23 anos de prisão para empreiteiros acusados de fraudar contratos com a Petrobras e de distribuir propina a agentes públicos. O prognóstico de duras penas aos réus ganhou força após a sentença que condenou os executivos Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Correa, a quinze anos e dez meses de prisão, convertidas em prisão domiciliar porque ambos são delatores do esquema de corrupção. Para os defensores, é difícil fazer uma defesa técnica dos empreiteiros porque em alguns casos os indícios de irregularidades são tão evidentes que se assemelham a uma “fratura exposta”. Enquanto projetam as penas dos maiores construtores do país, os advogados estimam que em até dois anos o início da execução da pena de nove anos e seis meses já imposta por Moro ao então presidente do Conselho de Administração da Camargo Correa, João Auler. A aposta deles é a de que a pressão da opinião pública e o fato de o processo ter um réu, o doleiro Alberto Youssef, preso continuamente dificultam a tradicional enxurrada de recursos judiciais, que poderiam atrasar a execução da sentença em pelo menos oito anos. (Laryssa Borges, de Curitiba)
Fonte: veja.abril.com.br