O Tibunal de Contas informou, após o primeiro dia de análises em laboratório do asfalto do Distrito Federal, diferenças entre o previsto no contrato e o efetivamente realizado por meio do programa Asfalto Novo. Os dados foram avaliados na quinta feira (9) e são referentes a intervenções feitas na L2 Norte.
De acordo com o tribunal, tanto a espessura do asfalto quanto a concentração de cimento asfáltico no trecho da L2 Norte estão com índices inferiores ao acordado. A espessura, que era para ser de 5 centímetros, está em 4 centímetros. Já concentração de cimento asfáltico é de 5,5%, enquanto o prometido foi de 5,8%.
O órgão disse ainda que a diferença de um centímetro na obra pode resultar em um prejuízo aos cofres públicos de 20% do valor total. Em um trecho de recapeamento de 50 quilômetros, a diferença é de R$ 3 milhões. Apesar de ter ser o primeiro dia de análises, o tribunal já calcula que o GDF gastou R$ 60 mil a mais por quilômetro asfaltado.
Em nota, a Novacap, responsável pelas obras do Asfalto Novo, disse só comentará os resultados parciais das análises quando for acionada pelo tribunal.
O programa Asfalto Novo foi lançado pela gestão de Agnelo Queiroz em 2013. Na época, o então governador prometeu a recuperação total de 6 mil quilômetros de asfalto das vias do DF até o final de 2014, que corresponde a 51,28% de toda a malha viária da capital.
Em novembro do último ano, o programa foi suspenso por falta de verba. De acordo com a Novacap, foram recuperados 872 quilômetros em 29 regiões do DF nas duas primeiras etapas do Asfalto Novo, o que corresponde a 14,53% do prometido.
Na época do lançamento, o GDF prometeu investir R$ 771 milhões na operação. Quando foi interrompido, o governo já havia gasto R$ 437 milhões. A Novacap diz que a terceira fase do Asfalto Novo está em processo de licitação e prevê a recuperação de 1.934 quilômetros.
Fonte: G1