Braga Netto preso: general ocupa quarto especial no Rio de Janeiro

Da redação do Conectado ao Poder

Acusado de obstruir investigações da PF, general é alvo central da operação Contragolpe, que investiga plano de golpe e assassinatos de autoridades

O general Walter Braga Netto (PL) está detido em uma acomodação adaptada na Vila Militar, no Rio de Janeiro, onde cumpre prisão preventiva determinada pelo Supremo Tribunal Federal. A instalação oferece comodidades como ar-condicionado, televisão e banheiro privativo, direitos previstos para oficiais de alta patente antes da condenação. Ele foi preso no último sábado (14) por suspeitas de interferir em investigações da Polícia Federal sobre uma tentativa de impedir a posse do governo eleito em 2022.

Conforme a Polícia Federal, Braga Netto é apontado como peça-chave no financiamento e planejamento de ações golpistas que incluíam monitoramento de alvos e supostos planos de homicídio de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O militar teria buscado informações sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e organizado reuniões estratégicas. Em sua defesa, o general nega todas as acusações, alegando se tratar de uma “teoria fantasiosa”.

As investigações, conduzidas pela operação Contragolpe, miram uma organização criminosa composta por militares de alta patente e integrantes das Forças Especiais. Segundo as autoridades, o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo” previa a execução de líderes políticos e ataques coordenados para instaurar um gabinete de crise liderado pelo próprio Braga Netto. Até o momento, ele é indiciado por crimes como tentativa de golpe de estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, cujas penas podem ultrapassar 20 anos.

Enquanto cumpre a prisão preventiva, Braga Netto enfrenta um futuro incerto. Além das investigações criminais, ele já foi declarado inelegível até 2030 por abuso de poder político e práticas ilegais durante as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República deve decidir sobre uma eventual denúncia após o recesso do Judiciário, em janeiro.

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