Brasil: Um país que não sabe o que é democracia ou finge que não sabe?

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Por Luciano Lima

Foto: Daniel Marenco/AgênciaOGlobo

O Brasil passa por um crise moral, social, política e econômica devidamente cronometrada e dentro de um script montado por aqueles que defendem falsamente o fim dos “atos anti-democráticos”.

Não tenho dúvida, e já tive a oportunidade de falar sobre o tema por diversas vezes em minhas redes sociais, que há exageros, extremismos e intolerância de todos os lados: do Presidente da República, do STF, das esquerdas, do Congresso Nacional, dos “Mortadelas” e dos “Bolsominions”. Tudo resultado de uma sociedade provinciana e que ainda está aprendendo a conviver e a exercitar a democracia. Acredite: o Brasil não tem 100 anos de democracia plena.

O Brasil é um país que ainda não aprendeu a pensar coletivamente e não aprendeu a eleger seus representantes para o Congresso Nacional. O Brasil é um país onde seus magistrados estão sempre na corda bamba e muitos envolvidos em todos os tipos de crime.

O Brasil é o país onde os representantes da Suprema Corte são escolhidos por decisões e grupos políticos, e alguns são até acusados de corrupção. Tem ministro que, inclusive, já advogou para uma famosa e cruel facção criminosa. Saudades dos tempos em que ministros do STF tinham postura ou pelos menos disfarçavam. Portanto, o Supremo Tribunal Federal também é reflexo da nossa omissão e descaso com a política e com o Brasil.

O Brasil é o único país do mundo onde ‘liberdade de expressão” e “atos anti-democráticos” são temporais, ou seja, dependendo de quem pratica é crime gravíssimo.

Só para refrescar a memória, durante o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, parlamentares, lideranças e militantes do PT, e de outras siglas de esquerda parasitas, também ‘cometeram os mais graves crimes contra a democracia’ e nada aconteceu. Muitos políticos e lideranças de esquerda agrediram jornalistas, ministros do STF, pregaram o fechamento da “Suprema Côrte” e nada aconteceu. Nunca ninguém foi investigado, processado ou condenado.

Quem disse que o presidente da Câmara e do Senado não podem ser criticados? Quem disse que o presidente da República não pode ser criticado? Quem disse que o Supremo Tribunal Federal e seus ministros não podem ser criticados? A única coisa que não podemos permitir é a violência. Os excessos, o próprio processo democrático corrige. Democracia é como andar de bicicleta: quando você está aprendendo vai sempre tomar tombos. Depois, tudo se alinha. O que estamos assistindo hoje é autoritarismo.

Temos que continuar defendendo a democracia e a liberdade de expressão. Podemos passar por toda essa crise, que na minha opinião é motivada simplesmente por poder e dinheiro, sem intolerância e autoritarismo. O presidente Jair Bolsonaro comete erros sim, mas, propositadamente ou não, mexeu com o sistema viciado que não tolera a intromissão de quem não faz parte ou de quem quer atrapalhar o próprio sistema.

Que tenhamos todos tolerância com os diferentes pensamentos. Mandar prender ou censurar quem pensa diferente é uma atitude ditatorial. A justiça existe para combater os excessos. O que não podemos aceitar é que as excessões sejam transformadas em regra, com a desculpa de que tudo e todos são “atos anti-democráticos”, quando na verdade simplesmente não aceitam ser criticados ou confrontados.

Finalizo com um simples pensamento do jornalista e escritor Nelson Rodrigues: “TODA UNANIMIDADE É BURRA. QUEM PENSA COM A UNANIMIDADE NÃO PRECISA PENSAR”. Resumindo: podemos conviver civilizadamente e unidos mesmo diante de tanta desunião.

*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista

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