Buriti coloca freio nos investimentos e paga só 13% da verba empenhada

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20160331013129Do total de R$ 492 milhões empenhados para investimentos pelo governo Rollemberg, somente R$ 65 milhões foram efetivamente pagos, entre janeiro e fevereiro deste ano. Em outras palavras, de todos os recursos destinados pelo Buriti  para obras e projetos no Distrito Federal apenas 13% foram realmente quitados.

Do ponto de vista de especialistas, a baixa execução orçamentária é uma das razões para a sensação de paralisia do GDF e também é um sinal preocupante que as promessas do governador poderão ficar apenas no discurso. De seu lado, o Buriti afirma que a situação está dentro da normalidade e garants que os investimentos serão executados ao longo do ano.

Segundo o relatório resumido da execução orçamentária do GDF para janeiro e fevereiro foram empenhados R$ 310 milhões de investimentos. Deste total, as despesas liquidadas foram de  R$ 2 milhões.

A esse valor somam-se os restos à pagar de 2015, que incluem projetos  iniciados no ano passado e que ainda estão em curso. Para isso, o GDF tinha R$ 182,9 milhões em aberto. Deste montante, R$ 63,3 milhões foram pagos no primeiro bimestre de 2016. A soma dá os R$ 492 bilhões empenhados.

Distância enorme

“Entre o empenho e a liberação existe uma distância enorme. A população pode colocar as barbas de molho. Todas as promessas que foram feitas correm o risco de ser frustradas”, alerta José Matias-Pereira, professor de Administração Pública da Universidade de Brasília (UnB).

Para ele, estes números refletem a dificuldade do governo em pagar as despesas. Na avaliação de Matias-Pereira, este cenário alarmante é consequência da baixa capacidade de gestão do GDF, associada à violenta crise econômica nacional  que está aleijando a arrecadação local.

 

O secretário adjunto de Planejamento e Orçamento, Renato Brown (foto),  diz que o desempenho dos investimentos do governo está dentro do previsto. De acordo com Brown, boa parte dos R$ 310 milhões empenhados tem origem em empréstimo do Banco do Brasil, feito no ano passado, para obras da Caesb, Mobilidade, DER e Novacap.

Segundo o secretário, estes recursos começarão a ser pagos muito em breve. Conforme a execução destes contratos, o GDF poderá captar novos financiamentos de, quase,  R$ 350 milhões.

Arrecadação fica abaixo do que se previa

O GDF esperava arrecadar mais de R$ 4 bilhões no primeiro bimestre deste ano. Mas conforme  o relatório de execução orçamentária, os cofres públicos recolheram R$ 3,9 bilhões.

Esse desempenho sinaliza que dificilmente o Buriti voltará para os limites da Lei Responsabilidade Fiscal (LRF) no primeiro quadrimestre deste ano, continuando impedido de contratar e fazer concursos  livremente.

Segundo o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, a receita teve um crescimento real abaixo do esperado mesmo com os aumentos de impostos e taxas aprovados no ano passado, a exemplo do ICMS.

Independentemente da frustração, o governo afiança que  continuará pagando os servidores em dia e quitará, quando puder, as dívidas com   fornecedores.

Demora nas licitações

1 – O GDF argumentou que  os investimentos realizados demandam de licitações. Conforme o projeto, geralmente, costumam ser concluídas no segundo semestre. No orçamento deste ano, a dotação total para investimentos   é de R$ 3,2 bilhões.

2 – Segundo a gestão Rollemberg, o montante empenhado até fevereiro de R$ 310 milhões, corresponde a 46% de todo o valor empenhado em 2015,  quando foram destinados R$ 674,4 milhões.

3 – José Matias-Pereira não observa o horizonte da arrecadação com bons olhos. “A situação vai ficar cada vez mais difícil. Dentro dos próximos  120 dias, o governo vai começar a ter dificuldades para honrar os pagamentos com servidores e fornecedores. E quem vai pagar essa conta serão os moradores do DF”, alertou.

Fonte: Jornal de Brasília
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