Câmara Distrital terá nova pegada política sob comando de Rafael Prudente

Rafael Prudente
Presidente da CLDF defende transparência, austeridade, e ainda viabilizar trabalho do GDF, mas cobrará resultados

A ordem é trabalhar em conjunto com o Executivo, sim, o seu aliado de campanha e correligionário, onde está o governador Ibaneis Rocha (MDB), mas ciente de que a cobrança será efetuada após municiar o Governo do Distrito Federal com instrumentos necessários.

Em longa entrevista ao Tudo OK Notícias, realizada nesta quinta-feira (14), o mais novo presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rafael Prudente (MDB), aos 35 anos, ressalta a pauta produtiva da Casa até hoje, para o bem do cidadão do Distrito Federal.

Entre os itens, a viabilidade da regulamentação do Instituto Hospital de Base, mostrando que a Câmara não será um “puxadinho” do Palácio do Buriti, votando, realmente, matérias que sejam de importância para sociedade do Distrito Federal. Com prioridade para saúde, segurança e educação, os setores que mais preocupam a população do DF.

Entre as metas estabelecidas pelo presidente da CLDF, estão a implementação da TV Legislativa, além do Sistema Eletrônico de Informação (SEI). Para ele, o Câmara está “isolada” pela falta da ferramenta. Prudente quer trabalhar e pretende ver o Distrito Federal voltar a ter o nível de investimento de outras épocas, se elevando novamente, com obras da construção civil em atividade, gerando emprego, para o cidadão vivenciar novos tempos com dignidade e melhor qualidade de vida.

Na visão de Prudente, falando francamente, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Regional de Brasília (BRB), não acrescenta, muito pelo contrário, pode prejudicar a instituição, porque os órgãos de fiscalização, Polícia Civil, Ministério Público já estão acionados para coibir e dar respostas às irregularidades que possam existir.

Confira abaixo, a entrevista com o presidente da CLDF, Rafael Prudente:

Tudo OK Notícias – Presidente, nós tivemos recentemente, o Ministério Público indiciou 17 pessoas acusadas de desvio de verba do Banco Regional de Brasília, com a Operação Circus Maximus e querendo ou não o BRB é um patrimônio, a Câmara Legislativa vai abrir uma CPI para apurar esses fatos tão graves, desvio de cerca de R$ 16 milhões do banco. Qual a posição do presidente?

Rafael Prudente – Eu particularmente não vou propor essa CPI, agora, cabe ao crivo dos 23 deputados se alguns deles teriam esse entendimento de se abrir uma CPI. Quando se ventilou isso, eu coloquei algumas preocupações. E, claro, se houverem as assinaturas que concordem, nós vamos instaurar a CPI como diz o regimento. Agora, nós já temos uma apuração acontecendo pelo Tribunal, pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Federal. As instituições estão funcionando. Você trazer esse debate para um debate político é uma avaliação que os deputados têm que fazer.

Agora, nós temos uma instituição bancária que está passando por um momento difícil e você trazer esse debate para o ambiente político, pode prejudicar ainda mais a instituição financeira, porque a partir do momento que você coloca uma notícia todos os dias ou toda a semana uma notícia negativa de um patrimônio nosso, o que as pessoas podem fazer?

E eu ponderei isso, porque as pessoas que tem que responder, elas vão responder, porque as instituições estão trabalhando, judicialmente, juridicamente e policial, e vão responder quanto a isso e vão ter que prestar suas contas. E se fizeram alguma coisa errada ou não isso vai ter que ser provado ao final.

Agora, nós temos uma instituição bancária que está passando por um momento difícil e você trazer esse debate para o ambiente político, pode prejudicar ainda mais a instituição financeira, porque a partir do momento que você coloca uma notícia todos os dias ou toda a semana uma notícia negativa de um patrimônio nosso, o que as pessoas podem fazer? Podem deixar de pegar financiamento, lá, por não confiar. Podem deixar de fazer os seus pagamentos por não confiar. Podem deixar de operar com o banco. Podem as empresas deixar ter o banco como parceiro.

Outras frentes que o banco possa estar investindo, podem não ver esse investimento com bons olhos porque teoricamente estariam colocando o banco sob investigação. Então você traz um patrimônio da população para um debate político que pode prejudicar ainda mais essa instituição. Então, essa é minha preocupação de sangrar ainda mais essa instituição que já está tão sangrada.

As instituições estão fazendo a nossa parte e agora cabe aos deputados fazerem essa avaliação. Da minha parte, se precisar instaurar uma CPI, nós instauraremos, claro, como diz o regimento. Agora, eu não proporia uma CPI, justamente, por conta dessa visão particular que eu tenho sobre o banco.

Tudo OK Notícias – O governador Ibaneis Rocha chegou a mencionar ao senhor, pedir ao senhor essa abertura de CPI do BRB?

Rafael Prudente – Não, o governador Ibaneis não tratou esse assunto com a Câmara Legislativa. E isso, a abertura ou não de CPI, isso cabe aos próprios deputados. Não foi feito nenhum tipo de orientação, pelo menos que eu saiba.

Tudo OK Notícias – Presidente, nós sabemos que em outras gestões, a Câmara Legislativa passou por um processo de cassação de mandatos de alguns deputados distritais. Caso, agora, na sua gestão venha a ocorrer algum pedido – inclusive nós temos aí o José Gomes, que o Ministério Público está pedindo a cassação dele, houve toda uma investigação – caso venha, qual vai ser o procedimento do senhor diferente nesse caso?

Rafael Prudente – Aqui, nós temos um procedimento para ser seguido, não cabe única e exclusivamente ao presidente ditar as regras. Na verdade, nós temos o primeiro crivo que é da Mesa Diretora, depois passa-se pela corregedoria, depois segue para o Conselho de Ética. Eu tenho um pouco de experiência nisso, porque eu estudei algumas matérias, porque eu fui o corregedor no primeiro biênio, da minha primeira legislatura aqui. E eu vi algumas coisas acontecerem.

Eu vi pessoas inocentes serem condenadas e vi pessoas que foram condenadas lá na frente que o processo ficou rodando aqui ad eternum. Então, na Câmara, não dá para prever qual será o fato, mas o que tem que ter aqui é transparência e equilíbrio nessas decisões, porque você pode estar incriminando um inocente. Na época, era um processo com, na verdade era um processo com três problemas da deputada Liliane Roriz. Claro, havia uma pressão muito grande de se tomar uma decisão, uma decisão que as pessoas às vezes esperam é jogar para a plateia aí, que é pedir uma cassação.

Eu me lembro que era a questão do apartamento, era a questão de um carro aqui, questão de verba indenizatória. Eu analisei a todos esses processos e um deles a Justiça estava para julgar, aqui, há muito tempo.  Se os próprios desembargadores não sabem se a deputada é culpada ou inocente, já há seis anos, oito anos, dez anos eu não me sinto apto a julgar e fazer um parecer para cassar um deputado que eu não tenho convicção do processo. Então eu pedi o arquivamento porque havia divergências.

Em alguns desses processos não tinha nenhum tipo de problema e nesse havia divergência dentro dos desembargados do próprio tribunal. Eu pedi o arquivamento de todos esses processos dela. Logo em seguida a Comissão de Ética se reuniu e acatou o meu parecer. E dois dias depois ela foi inocentada pelo Poder Judiciário.

Você veja o caso do Raad (Massouh). O Raad foi culpado aqui, cassaram o mandato. E quando você cassa o mandato não é simplesmente o mandato de um deputado para assumir outro. Você está tirando o voto de dez, 15, 20, 25, 30 mil pessoas que queriam que aquele cidadão estivesse representando-os aqui. Então, você está julgando uma pessoa que na verdade tem milhares de pessoas por traz de um mandato eleito por uma população.

Então, o que eu quero dizer com isso, que a gente tem que ter muita responsabilidade em qualquer um desses casos aqui. Nada vai ser de forma açodada. A Mesa vai avaliar, depois tem o crivo do corregedor, depois o Conselho de Ética. Então o que as pessoas podem esperar dessa presidência é transparência e equilíbrio nessas decisões para que a gente não corra o risco de ser injusto.

Tudo OK Notícias – O senhor tem afirmado que a sua gestão se pautará pela transparência, austeridade, vai implantar leitoras digitais aqui pela Casa e também tem a questão da volta da prestação de contas, inclusive estava no site da instituição e foi tirado. Só são promessas ou o senhor irá implantá-las com rigor?

Rafael Prudente – Existem algumas coisas que servem para nós internamente que estão paradas já há algum tempo e outras que refletem externamente. Internamente, como a gente trouxe a Defensoria Pública para cá, nós vamos trazer um posto avançado da Secretaria do Trabalho. Já colocamos uma estrutura, acho que até a próxima semana já está pronta a da Procuradoria da Mulher, que tem um trabalho fantástico que precisa ser valorizado, com tantos casos de feminicídio, violência doméstica, as mulheres precisam ter um tratamento especial aqui na Casa. Aqui nós precisamos implementar o painel eletrônico. É a única Câmara Legislativa do Brasil que não tem um painel eletrônico. Até hoje, é tudo na chamadinha manual.

Precisamos trazer um restaurante para Câmara. Precisamos implementar o SEI (Serviço Eletrônico de Informação). Hoje a gente não comunica com ninguém, tudo via carta, ofício. Estamos isolados do Distrito Federal como um todo. Muitas vezes o Executivo diz: “Eu já mandei o documento.” “Mandou para onde, meu amigo? ”. “Tá no sei”. “Mas nós não temos SEI aqui. ” E ficou emperrado esse processo que já mandei ofício junto com deputado Delmasso que é o responsável pela pasta.

Já colocamos uma estrutura, acho que até a próxima semana já está pronta a da Procuradoria da Mulher, que tem um trabalho fantástico que precisa ser valorizado, com tantos casos de feminicídio, violência doméstica, as mulheres precisam ter um tratamento especial aqui na Casa.

Já mandamos ofício para o TRF-4, lá de Porto Alegre, porque foram eles que desenvolveram esse sistema, já liberaram para nós até março, o SEI está implementado aqui. Essa questão das verbas, da transparência toda no site. Já determinamos para que seja feito, em poucas semanas isso vai estar disponível no ar para as pessoas. Precisa ser implementado um sistema de gestão. Já fomos ao CNJ, outros deputados estão participando, o deputado Leandro Grass, a Júlia tem dado algumas sugestões, o deputado Delmasso que é o responsável pela parte de informática para informatizar alguns processos aqui dentro, para dar mais transparência para as pessoas que quiserem acessar. E tudo isso é redução de custos.

É menos papel, é menos caneta, é menos clipes. Um processo importante. Tem duas coisas importantíssimas aqui que nós vamos trabalhar. É a TV Legislativa. Esse ano, ainda, nós vamos, até o meio do ano, instalar esse processo licitatório. A gente precisa comunicar melhor. Temos alguns dados de que as pessoas elas começaram a entender e estão demonstrando a importância da Câmara Legislativa. E elas esperam com essa renovação toda que aconteceu de mais de dois terços, elas esperam muito dessa Câmara.

Para ser o contraponto como o governo, matérias que sejam importantes para a cidade sejam discutidas e aperfeiçoadas como nós começamos no mês de janeiro a aperfeiçoar os projetos que o governo encaminhou para essa Casa. Então, eu acho que agora é a hora de a gente mostrar resultado mais ainda para as pessoas. E nós temos duas formas de fazer isso. Não basta ser, tem que parecer. E como é que você parece? É mostrando a Câmara Legislativa que é um instrumento muito importante que é, na verdade, comunicar melhor.

Acho que com essa transparência, com essa renovação que as pessoas renovaram a esperança também na política, estão tentando acreditar mais, as pessoas participem mais. Vamos dar uma repaginada e aproximar mais”.

Não um canal no YouTube que já foi um avanço. Mas é preciso colocar isso na TV aberta, fechada para as pessoas. A TV Legislativa de Luziânia (GO), aqui é melhor que a nossa, que não tem aqui. Então a gente vai avançar nisso e dar uma repaginada no (programa) Câmara em Movimento.

Nos últimos em que eu participei a gente falava para os assessores, ou então para os candidatos da cidade a administrador, ao Conselho Tutelar, as lideranças vão lá falar para fazer a sua política. A gente precisa dar uma repaginada nisso para trazer mais pessoas. Acho que com essa transparência, com essa renovação que as pessoas renovaram a esperança também na política, estão tentando acreditar mais, as pessoas participem mais. Vamos dar uma repaginada e aproximar mais.

Em vez de fazer um dia, fazer dois dias, porque a Câmara tem que sair. Eu sempre cobrei isso dos nossos presidentes aqui. Quando a Câmara sai do lugar ela tem que deixar uma marca. E não para fazer isso em um dia. Tem que levar o Executivo para lá, porque 99% das coisas que pedem para gente é de responsabilidade do Executivo. Leva lá o secretário de Transporte, leva o presidente da NOVACAP, leva um representante da CAESB, da CEB para ouvir o que as pessoas. Vamos passar um dia ouvindo.

Em outro dia, vamos fazer a sessão deliberativa e os responsáveis pelo Executivo vão prestar contas do que conseguiu fazer de um dia para o outro e o que irão fazer durante os próximos dias, semanas ou meses. A gente sai de lá com uma marca e tudo isso registrado aqui. Então tem algumas questões que a gente vai ajustar, claro que em dois anos não dá para fazer tudo, mas nós vamos avançar em muitas coisas internas e externamente para avaliação da população. Nós vamos fazer e vamos cobrar a solução dos problemas.

Tudo OK Notícias – Presidente, como é que o senhor vai cobrar dos seus pares a fiscalizar o Distrito Federal? O senhor pretende usar o quê, o Tribunal de Contas do Distrito Federal, como parceiro, principal instrumento de defesa da população do Distrito Federal?

Rafael Prudente – O Tribunal de Contas tem feito grande fiscalização, na verdade é um órgão auxiliar da Câmara Legislativa. E, com certeza, um dos papeis mais importantes que a Câmara tem é de fiscalização. E nós não podemos abrir mão disso. Eu fiz muito isso no mandato passado. Visitei muita escola, visitei muito hospital, quartel da polícia, estive acompanhando obras.

Fizemos um trabalho muito próximo da população ouvindo as pessoas, porque quem sabe dos problemas são as pessoas. Então, claro, cada deputado tem o seu perfil. Uns um pouco mais de discursos, outros mais de rua, outros ficam mais internos nos gabinetes resolvendo problemas. Cada um tem um perfil diferente.

E o que depender de mim para continuar fazendo esse trabalho de fiscalização, nós vamos fazer. Inclusive, hoje, nós já recebemos o presidente do Instituto Hospital de Base que veio aqui responder sobre os processos que estão respondendo na Justiça, falar do que pretende fazer, falar de que forma que assumiu, enquanto tempo vai dar resultado, em quanto tempo vai estar toda a transparência publica da no site. Já começamos aí, numa área sensível que é a área da saúde, temos várias audiências já aprovadas em debates propostos aqui para as próximas semanas.

Tudo OK Notícias – Como o senhor irá trabalhar, o senhor sendo do mesmo partido do governador Ibaneis Rocha, a Câmara vai ser independente? Ela vai mesmo trabalhar em prol da sociedade, do Distrito Federal? Na hora de cobrar, vai cobrar mesmo?

Rafael Prudente – Olha, esse é nosso papel. Não podemos abrir mão disso. As pessoas perguntam muito. “Ah, Rafael, mas você é o único deputado do MDB, que é presidente da Câmara, o governador é do seu partido e tudo, então tá tudo combinado”. Não é nada disso, aqui eu exerço uma função institucional de representar os outros deputados também. E temos que preservar essa Casa. Deixar o nosso legado aqui. E a Câmara não pode ser um puxadinho do Buriti. Aqui, temos que ser acima de tudo independente, transparentes. Agora, vamos ampliar o diálogo e vamos, claro, trabalhar em conjunto, em parceria com o governo para que as coisas deem certo. Eu ajudei o governador Rodrigo Rollemberg nas pautas que eram importantes para a cidade. Não era da base, mas ajudei em tudo que poderia ajudar.

Tudo OK Notícias – O senhor votou a favor do Instituto Hospital de Base?

Rafael Prudente – Votei a favor do Instituto Hospital de Base no governo do Rodrigo Rollemberg. Votei, defendi, porque alguma coisa precisava ser feita. Então a gente tem que ter coerência e claro eu tendo participado da campanha dele, ajudado na campanha dele, é óbvio, não só eu, mas eu creio que se os outros 23 deputados tiverem juízo todo mundo torce. Vocês torcem, a população inteira torce para o sucesso do governador. Porque o sucesso dele é o sucesso da cidade.

O que a gente puder fazer aqui para ajudar, nós vamos fazer. Dou aqui, alguns exemplos, nós fizemos a convocação extraordinária aqui para votar dois projetos importantes. E se precisar quantas vezes fazer isso, nós vamos fazer. Em especial em áreas sensíveis, como saúde, segurança, educação que não podem esperar. Em especial, segurança e saúde.

Ah, Rafael, mas você vai fazer convocação extraordinária para ganhar dez dias, quinze dias…”.  Maravilha, vamos ganhar a vida com isso aí. Se for uma está bom demais. Agora, fomos um “puxadinho”? Já demonstramos que não fomos, porque nós não pautamos todos os projetos que o governo tinha interesse. Nós pautamos dois projetos. Saúde e de Segurança. Saúde para dar um instrumento para depois nós cobrarmos para ele melhorar a saúde, porque daqui a pouco ele fala que não melhorou a saúde porque não demos instrumento.

O instrumento está na mão do governo para dar resultado. E nós vamos cobrar resultado.”

O instrumento está na mão do governo para dar resultado. E nós vamos cobrar resultado. Nós avisamos isso, hoje, aqui. E demos instrumento para ele abrir as delegacias criando gratificação para o serviço voluntário para a Polícia Civil. E nós vimos esse resultado já começar. As delegacias estavam fechadas, começaram a ser abertas. Era um dos grandes problemas que vocês ouviam e que eu ouvia o tempo inteiro durante a campanha. Fizemos aquela votação. Na outra semana de votação nós já discutimos aqui a militarização das escolas.

E que já demos a sinalização que a população quer. Essa Casa deu a mesma sinalização que nós queremos também testar esse modelo. E que esse modelo possivelmente seja ampliado. Porque eu vi nas escolas que precisa haver disciplina, um acompanhamento maior.

“Vocês vejam, nós estamos no dia 14 de fevereiro. Olha o tanto de pauta importante que nós demos de instrumento para o governo trabalhar. É isso que nós vamos fazer ao longo desses próximos anos, pautar aqui o que seja importante para a cidade, seja polêmico ou não. ”

Isso pode dar certo nas parcerias com a Polícia Militar, que não é novidade. OS, instituto não é novidade em lugar nenhum. Da mesma forma, a escola militar também não é novidade, aqui é a 17ª unidade que utiliza desse expediente. Discutimos isso (Pesquisa da Exata OP), tivemos aqui 80% do plenário apoiando essa medida do governo, ali era 84%, 85% da população que querem, que pedem socorro para que tenha um atendimento melhor aos alunos e que o pai como não tem tempo para educar seus filhos isso passou a ser responsabilidade do Estado.

Para dar disciplina, para colocar na cabeça dele o amor à pátria, que ele tem que amar o nosso país, tem que ser uma pessoa correta e tem que dar certo na vida. Isso passou a ser responsabilidade do estado porque os pais, hoje, têm que trabalhar e trabalham duro para conseguir um salário mínimo no final do mês. Demos essa resposta, mais uma. E outra resposta positiva que nós demos essa semana.

A criação do Cartão Material Escolar, que vai tirar aquela discriminação do material do rico, do que tem condição de comprar do que não tem. Então, um menino ou o pai com, lá, R$ 320,00 e vai lá e compra o mesmo caderno, o mesmo tênis, o mesmo livro, lápis. Então isso vai humanizar um pouquinho mais. A gente fica muito feliz de fazer parte desse momento e de ter participado dessa votação importante e outras virão por aí. Vocês vejam, nós estamos no dia 14 de fevereiro. Olha o tanto de pauta importante que nós demos de instrumento para o governo trabalhar. É isso que nós vamos fazer ao longo desses próximos anos, pautar aqui o que seja importante para a cidade, seja polêmico ou não.

Tudo OK Notícias – Presidente, quais os desafios que já detectou e que irá enfrentar no comando da CLDF? Temos projetos a serem votados, Escola Sem Partido, que é um tema tão delicado, mas precisa ser votado. Como é que o senhor vai trabalhar esse projeto?

Rafael Prudente – Vamos pautar todos os projetos que estejam prontos para serem pautados. Temos extinção da AGEFIS, criação de Região Administrativa, que o governo não mandou, mas vai mandar para cá. Não mandou ainda porque existe um rito legal para se criar uma Administrativa Regional. Tem que ter delimitada a poligonal, tem que fazer audiência pública para ouvir as pessoas. Então, não é um processo tão simples assim. Tem eleição direta de administrador, passe livre, Lei do Silêncio.Tem uma série de projetos aí e vão vir vários outros projetos do Executivo porque pelo que eu vejo do governador é uma pessoa muito dinâmica, que coloca a turma dele para trabalhar e para pensar. Teremos, aqui, não tenha dúvida uma enxurrada de projetos para apreciarmos. E nós vamos apreciar todos eles. Seja para derrubar, ou seja, para aprovar.

“Não vejo, aqui, deputado querendo utilizar daquele mesmo expediente de que vocês acompanharam no passado do toma lá, dá cá, me dá cargo, porque isso não funciona. Eu ganhei duas eleições sem ter cargo em governo. Isso não faz a diferença, o que faz a diferença e a resposta que a Câmara dá.”

Esse é o papel do parlamento. Aquele que tiver a maioria, que o governo conseguir dialogar e convencer os deputados que é importante para a cidade, vai aprovar. Aqueles que não forem aprovados é que o governo não conseguiu fazer o diálogo necessário ou convencer os deputados. Eu vejo, aqui, uma grande vontade dos deputados trabalharem de uma forma correta, de ouvir as propostas de votarem com sua convicção. Não vejo, aqui, deputado querendo utilizar daquele mesmo expediente de que vocês acompanharam no passado do toma lá, dá cá, me dá cargo, porque isso não funciona. Eu ganhei duas eleições sem ter cargo em governo. Isso não faz a diferença, o que faz a diferença e a resposta que a Câmara dá. É a resposta que você dá para o cidadão e o benefício que você leva lá na ponta. O grande desafio nosso é de entregar aquilo que as pessoas acham importante que a gente entregue, seja obra, colocar dinheiro em uma emenda em um determinado lugar. Ouvir as pessoas. Ter transparência e tocar os projetos, aqui, polêmicos ou não e ter pulso para que as votações aconteçam.

Tudo OK Notícias – Verba indenizatória é uma votação polêmica? É possível acabar?

Rafael Prudente – A verba indenizatória eu não sei por que é uma polêmica tão grande. Porque não tem polêmica em cima disso. Não precisamos extinguir a verba indenizatória, é facultativa. Ela não é verba obrigatória. Já reduzimos na gestão passada 40% da verba indenizatória. Agora, temos vários outros pontos que a gente pode trabalhar. A gestão passada devolveu R$ 60 milhões aos cofres públicos de economia que foi feita aqui. Temos o dever de casa de ampliar esse valor no final do ano para devolver ao governo para a saúde, para a educação. Dar a nossa contribuição para que o caixa do governo feche melhor ao fim do ano. Temos o Orçamento da Câmara um pouco mais de 1% do Orçamento Geral do governo.

A verba indenizatória representa 0,5% de 1% do Orçamento do governo inteiro. Claro que isso tomou uma proporção, agora, deputado que quiser tudo, aquele que não quiser usar nada. Agora, é o seguinte, não adianta usar nada e não produzir nada. Se produzir muito, entregar muito para as pessoas e não utilizar tudo eu prefiro avaliar positivamente esse deputado. O que a população tem que ver é se o deputado está produzindo ou não. Simplesmente falar que economizou, economizou, mas não fez nada? A pessoa tem que avaliar, no meu entendimento, é resultado. É ver se aquele deputado está rodando, está trabalhando, se ele está resolvendo os problemas, colocando recursos naquilo que a população julga importante.

Tudo OK Notícias – O senhor já parou para pensar o que irá fazer para economizar mais o dinheiro público na Câmara Distrital? E mostrar para a sociedade o intuito de cortar gastos?

Rafael Prudente – A verba indenizatória mesmo tem uma racionalidade muito grande já no uso dessa verba. Isso vai reduzir. Vocês vão ver reduzir naturalmente. E é importante dizer o seguinte, a verba indenizatória do Distrito Federal é a segunda menor do país. De todos os estados, a Câmara Legislativa do Distrito Federal tem a segunda menor verba indenizatória do país. É importante esse dado. Tem gasto aqui com material do expediente, compras que podem ser reduzidas, tem gasto de energia, e a gente vai colocar agora as placas fotovoltaicas para implementar um sistema sustentável aqui na Câmara.

Estamos fazendo um planejamento, agora, estamos nos situando aqui. Eu falei, no meu pronunciamento, que dentro de seis meses, em até seis meses, vamos apresentar um cronograma de redução de custos aqui da Câmara. Agora, redução de custos real e racional para que a gente consiga ao menor custo possível entregar o melhor resultado à sociedade.

Tudo OK Notícias – Presidente, eu queria que o senhor avaliasse o governador Ibaneis Rocha após 45 dias, se for possível. O senhor acha que o Ibaneis começou certo?

Rafael Prudente – É difícil fazer uma avaliação com 45 dias. Talvez, com seis meses acho que a gente possa fazer uma avaliação, não só eu, mas a imprensa pode fazer, mesmo assim em pouco tempo. Agora, eu acho o governador, extremamente, inteligente, ativo, capaz e o principal de tudo, que é o primordial, tem vontade de trabalhar e tem muita vontade de que o governo dele dê certo.

A população está cansada de governos que não entregou aquilo que as pessoas esperavam e o governador, no início da sua gestão, já, vocês vão ver, dentro de seis meses nós teremos uma saúde melhor, as delegacias foram abertas, o material escolar, escola militar, vocês vão ver o salto, não num curto, nem num longo, mas num médio prazo, nós vamos, temos a chance de dar um salto nos nossos indicadores no INDEB. Já deu a missão para o nosso deputado Wellington Luiz, que foi vice-presidente dessa Casa, uma missão de construir mais de 40 mil moradias. Então, tem alguns programas robustos, tem pessoas muito competentes no seu secretariado e eu tenho convicção que esse governo veio para dar resultados e dar certo dentro daquilo que é possível. E o principal, inteligente, quer fazer as coisas acontecerem de forma muito rápida.

Tudo OK Notícias – O senhor acredita que esse déficit de quase R$ 8 bilhões do governo anterior, do Rodrigo Rollemberg, atrapalha?

Rafael Prudente – Claro que atrapalha. Agora, o que não pode fazer é ficar colocando o problema no governo anterior. O governador, na sua eleição, ele falou uma frase que inclusive eu disse, hoje, para o presidente do Instituto Hospital de Base que se casou com a viúva, que assume os filhos. Então é isso o que tem que fazer. Ele ganhou a eleição, trabalhou muito para que ganhasse a eleição, agora assume o nosso estado, seja que déficit que for, trabalhe para sanear as contas do estado e coloque as instituições para funcionar.

Tudo OK Notícias – Se o senhor fosse o governador, o senhor agiria dessa maneira?

Rafael Prudente – Olha, eu não pensei ainda em ser governador. Eu não sou governador, não é? Mas que eu trabalharia como gestor público, seja aqui na Câmara, como governo, distrital, federal ou senador, eu gostaria de ver a nossa cidade com os grandes investimentos que já tiveram no passado. O governo anterior pecou muito em não buscar recursos. Os próprios ministros disseram que não receberam visita do governo e secretariado. Tem muito dinheiro no governo federal para se conseguir. E

Eu mesmo consegui, visitando o ministro das Cidades. Eu consegui liberar recursos do Metrô de Samambaia. Então os recursos estão aí, Brasília tem uma capacidade grande de captação desses recursos. Agora, precisa fazer o seu dever de casa. Então eu tenho o sonho de ver, vou ver isso acontecer, de ver os grandes investimentos virem para essa cidade. Que investimentos são esses?

Colocar as obras para funcionar e aí isso é gestão, fazer túnel de Taguatinga, as obras do Sol Nascente, do Por do Sol, fazer o viaduto da EPIG, fazer o BRT Norte, ampliação da Linha do Metrô para Samambaia, para a Asa Norte, que já tem recurso, tem também para expansão do Metrô para Ceilândia. Então, você conseguindo colocar essas obras em pé, você gera emprego, aumenta a arrecadação do estado também, porque as empresas vêm prestar serviços.

Poxa, quem é que vai vir fazer um investimento de R$ 1 bilhão aqui sem segurança jurídica para assumir o sistema de transporte. Quem é que vai participar de uma PPP aqui no Distrito Federal, sendo que única PPP que foi feita até hoje o governo não assumiu.

Eu resolveria esse problema de segurança jurídica, que o governador está trabalhando muito, que isso atrapalha as pessoas virem investir aqui na nossa cidade. Quais foram os dois contratos que foram feitos nos últimos anos? Foi feito o da concessão dos ônibus, cada empresa dessas, que operam em cada bacia, investiu R$ 1 bilhão. Aí, faz uma concorrência, agora, o Poder Judiciário diz que tem coisa errada e manda cancelar. Poxa, quem é que vai vir fazer um investimento de R$ 1 bilhão aqui sem segurança jurídica para assumir o sistema de transporte.

Quem é que vai participar de uma PPP aqui no Distrito Federal, sendo que única PPP que foi feita até hoje o governo não assumiu. Assinou um contrato e finge que não assinou o contrato, que é do Centro Administrativo. Se teve roubo, faça a glosa, faça a renegociação, chama o Poder Judiciário, chama o Ministério Público, a Polícia Federal para apurar logo isso. E assuma o que estado fez no passado, o Centro Administrativo, faça uma faculdade, leve os órgãos públicos para lá, dá uma destinação para aquilo. Então nós precisamos de segurança jurídica para que as empresas tenham interesse em investir na capital da república, que hoje nós não temos.

Tudo OK Notícias – Em relação aos microempresários o senhor não acha que tem que olhar com carinho para eles?

Rafael Prudente – Nós temos o nosso banco aqui que pode fomentar os micros e pequenos empresários. Tem que ser o banco BRB, um banco que fomente a nossa cidade, não para emprestar dinheiro para um hotel no Rio de Janeiro. Claro espero que a gente tenha uma segurança pública melhor, uma educação melhor com esse programa.

Tivemos um avanço muito grande na educação quando a gente colocou o PEDAF aqui, fez com que a gente conseguisse colocar dinheiro direto para o diretor da escola gastar. Foi uma otimização absurda dos recursos públicos. E o principal para fechar que engloba tudo isso que eu citei aqui. Temos que ter emprego na cidade, para ver a nossa cidade crescer passa por tudo isso, segurança jurídica, obras, investimento, liberação, desburocratização. Isso, o secretário Mateus está fazendo, tem experiência, sabe como fazer. Espero que as coisas sejam liberadas com mais facilidade em nossa cidade.

Tudo OK Notícias – Presidente, para a gente encerrar, o senhor, hoje, é o presidente mais novo que nós temos na Câmara Legislativa, seu pai passou por esta Casa, seu pai te dá dicas, te dá caminhos, como é essa relação de pai e filho, sabendo que o senhor está aqui, o substituindo?

Rafael Prudente – É uma situação que nunca aconteceu. Nós temos aqui dois presidentes, pai e filho, vamos dizer assim. Eu estava lembrando esses dias, quando construiu esse prédio foi na gestão dele. Ele pegou a obra na fundação, mas ao final do mandato já estava próximo a entregar essa obra aqui. E é uma responsabilidade grande, naturalmente as pessoas fazem comparação, não só comigo na presidência, mas faziam também. “Poxa, quem será que é o Rafael? Será que vai ser funcionário do pai dele? Será que é pai dele que vai mandar? Será que ele vai, antes de votar, ele vai ligar para o pai dele para perguntar se vota sim, ou se vota não. Será que ele vai ser muito parecido? Como é que vai ser o estilo?  E a gente conseguiu desmistificar 99% disso, durante o nosso mandato, porque tenho a minha forma de trabalhar, ele tinha a forma dele.

Escuto muito os deputados aqui. Quando eu tenho alguma dúvida, eu ligo para o deputado A, o deputado B. O que você acha disso, o que você acha daquilo? Até para a gente formar a nossa convicção. Eu sou um bom ouvinte das pessoas, e, claro, eu ouço o meu pai. Como bom filho, tenho que ouvir o pai.

Eu impus o meu ritmo de trabalho, aqui, e graças a Deus fomos bem-sucedidos, porque quem aprovou o nosso mandato foi a população, com a ampliação de mais de 50% de referência aos votos que nós tivemos em 2014.

Então é claro, importante, a gente deixar isso separado. Agora a responsabilidade é grande. Meu pai foi um bom presidente, um bom deputado, das eleições que ele participou ele ganhou. As vezes que eu sai à rua com ele para fazer campanha, ele foi meu coordenador de campanha, eu via o carinho e o respeito que as pessoas têm por ele, pelo trabalho que ele fazia muito próximo. Isso é muito parecido comigo, muito próximo da nossa população da nossa cidade e é claro, como pai e filho, é um conselheiro também. Quando eu tenho dúvida, eu ligo para ele.

Quando preciso de alguma informação, de algum assunto, a gente não pode desperdiçar uma experiência de uma pessoa que passou por três mandatos, aqui, na Câmara. Então, a gente tem que aproveitar as coisas boas, aprender com os erros, com os acertos para que a gente possa ser um deputado melhor, que vai entregar coisas melhores para a nossa população, para a nossa cidade.

Eu escuto muito as pessoas. Escuto muito os deputados aqui. Quando eu tenho alguma dúvida, eu ligo para o deputado A, o deputado B. O que você acha disso, o que você acha daquilo? Até para a gente formar a nossa convicção. Eu sou um bom ouvinte das pessoas, e, claro, eu ouço o meu pai. Como bom filho, tenho que ouvir o pai.

Fonte: Tudo Ok Notícias

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