Candidato oficial à Casa Branca, Trump precisa unir base do partido

20160720003001895840iUma votação sem grandes contratempos no segundo dia da Convenção Nacional Republicana, em Cleveland, Ohio, consagrou ontem o empresário Donald Trump como candidato da oposição à Casa Branca. Apesar de um movimento anti-Trump ter ensaiado uma tentativa de boicote, o magnata de 70 anos chegou com segurança ao número necessário para assegurar a indicação. “Que grande honra ser o nomeado republicano para presidente dos Estados Unidos. Eu trabalharei duro e nunca os desapontarei! América primeiro!”, celebrou o empresário, em sua conta no Twitter, repetindo um dos principais slogans da campanha.

A conquista foi confirmada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, ao comunicar que ele obteve 1.725 votos. Embora outros pré-candidatos tenham suspendido a campanha antes mesmo da convenção, 475 votos foram registrados para o senador Ted Cruz, 120 para o governador John Kasich e 114 para o senador Marco Rúbio. O governador de Indiana, Mike Pence, foi confirmado como candidato à vice-presidência, por aclamação.
O polêmico magnata será formalmente coroado na noite de amanhã, quando fará o discurso de aceitação, no encerramento do encontro. Ele chegou ao “número mágico” de 1.237 votos — a maioria absoluta dos convencionais — após a declaração dos representantes de Nova York, seu estado natal. A marca foi comemorada ao som de uma versão instrumental da música New York, New York. Os filhos de Trump — Donald Jr., Ivanka, Eric e Tiffany — acompanharam a votação com os delegados.

A votação foi feita estado por a estado, oralmente, segundo a ordem alfabética. À medida que os líderes dos comitês estaduais declaravam o número de votos dados a cada um dos concorrentes, times de futebol, atividades econômicas e líderes políticos de cada região eram lembrados. Não faltaram, porém, críticas ao casal Hillary e Bill Clinton. Aplausos e vaias se misturaram à menção dos concorrentes que deixaram a disputa, como Ted Cruz, Marco Rúbio e John Kasich. Duas abstenções foram registradas na delegação do Colorado.

“Amadorismo”

As horas que antecederam a votação em Cleveland foram marcadas por tensão em torno da ameaça de boicote por parte de delegados anti-Trump, que falharam em alterar as regras do processo para dificultar a nomeação do empresário. Apesar de não terem se registrado grandes protestos contra o magnata, e de ele ter assegurado o número necessário de delegados para ser o candidato presidencial do Partido Republicano, as divisões na base eleitoral, expostas nos dois primeiros dias de convenção se apresentam como o primeiro desafio na campanha contra Hillary e o Partido Democrata.

Michael Cornfield, cientista político e professor da George Washington University, observa que Trump tem cometido erros de principiante, que podem ter a ver com o fato de ser essa a sua primeira experiência numa eleição. “Ele tem uma equipe muito pequena, cerca de 70 membros, comparados a quase 800 de Hillary Clinton. Eles têm cometido erros básicos, e os republicanos estão nervosos”, pondera. Cornfield considera a acusação de plágio no discurso de Melania Trump, na noite se segunda-feira (leia abaixo), a “escolha estranha” do candidato a vice-presidente e a ausência de uma campanha de arrecadação de fundos “séria” como exemplos de “amadorismo”, e acredita que o magnata precisa de uma equipe mais robusta e preparada, se quiser ter condições de vencer a eleição de novembro. “Diante de seus comentários provocadores e, por vezes, hostis, ele não pode permitir esses erros”, avalia.

Fonte: Correio Braziliense

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