Candidatos focam em acusações e esquecem das propostas

Por Sandro Gianelli

Debate

O debate organizado pelo Correio Braziliense e a TV Brasília reuniu sete candidatos ao Governo do Distrito Federal. Participaram Rodrigo Rollemberg (PSB), Rogério Rosso (PSD), Alberto Fraga (DEM), Ibaneis Rocha (MDB), Eliana Pedrosa (Pros), Fátima Sousa (PSol) e Júlio Miragaya (PT).

Sem licitação

Questionada sobre os contratos da empresa de sua família, Eliana afirmou que se for eleita, os contratos que estiverem em vigência serão honrados até o final e as empresas de sua família não participarão de nenhuma licitação durante seu governo.

Inimigo do Estado

Eliana defendeu os empresários afirmando que o segmento não é inimigo do Estado e que essa lógica cultural que impera no Brasil precisa mudar. “O Brasil ficou para trás por ter medo de assumir seu papel empreendedor”, disse Eliana.

Corrupção

Ibaneis foi questionado em relação aos políticos condenados por corrupção que fazem parte do seu partido e da sua coligação e respondeu que não existe partido corrupto, o que existe são pessoas corruptas e que elas estão em todos os partidos. “Cada um tem seu pecado, não tentem colar em mim os pecados dos outros”, disse Ibaneis.

Verba indenizatória 1

Fraga foi questionado por Rollemberg sobre o uso da verba indenizatória. Rollemberg disse que quando foi Senador não utilizou a verba indenizatória. Fraga confirmou que utiliza a verba indenizatória na Câmara dos Deputados.

Verba indenizatória 2

“Você não gastou com verba indenizatória e não trouxe um real de recurso para o DF quando foi Senador”, disse Fraga, que defendeu o salário dos parlamentares “tem que ter um bom salário, principalmente para não se envolver em corrupção” e encerrou afirmando que, “Rollemberg gastou R$ 5 milhões andando de helicóptero” e que ele não faria isso. 

Folha de pagamento

“Minha preocupação é com o aumento da folha de pagamento dos servidores públicos. Sabemos que a folha de pagamento chega a 82% dos recursos arrecadados pelo GDF. Faremos uma auditoria para saber onde e como gastar os recursos públicos”, disse Fraga.

Ficha limpa

Fátima Sousa foi questionada sobre a defesa de condenados em segunda instancia. A pergunta foi sobre a defesa do PSol em relação a liberdade de Lula e porque o partido não defendia outros condenados. Fátima afirmou que é a favor da ficha limpa e que a posição do PSOL é que Lula seja solto para prestar contas de seus erros e acertos para a sociedade.

Injustiça

Para Fátima, o julgamento do ex-presidente Lula é político e a Justiça não pode ser de uma forma para uns e de outra forma para outros. “Estão tirando o direito do Lula ser candidato e ir as ruas. A justiça não pode ser política”, disse.

Propostas

Júlio Miragaya não quis falar sobre os escândalos de corrupção envolvendo o PT do DF. Ele chamou os candidatos para debaterem propostas para a população do DF e não apenas focar nos escândalos de corrupção do passado.

Direita ou esquerda

Miragaya provocou Rollemberg, insinuando que ele havia mudado de lado. “Você é o Rodrigo Rollemberg do passado, ligado a esquerda, ou o de hoje, que esta mais ligado a direita. Rollemberg afirmou que não mudou, “quem mudou foi o PT e não eu”, disse.

Retrovisor

Miragaya acusou Rollemberg de não ter construído creches, e sim, concluído as que o Governo do PT deixou em andamento. “Seu governo não construiu creches, apenas concluiu as creches deixadas pelo governo passado” e provocou, “quero saber se caso você seja reeleito, se você irá jogar a culpa no seu antecessor?”. Rollemberg não deixou barato, “mesmo estando tão mal quanto você afirma, estou com seis vezes mais intenções de voto do que você”, disse Rollemberg para Miragaya.

Transporte

Fraga afirmou que quando foi Secretário de Transporte do DF, não pagava nada de subsídio para os empresários do transporte público e que o governo de Rollemberg paga R$ 600 milhões por ano. “No meu governo vou economizar esse dinheiro e investir em hospitais, vou construir 3 hospitais. Quando fui secretário a passagem era mais barata, era R$ 3 reais e sem subsídio”.

Bate boca

Um dos pontos mais marcantes do debate foi o bate boca entre Rosso e Rollemberg. O tempo dos dois acabou e mesmo assim eles permaneceram discutindo. Enquanto os dois se deslocavam do centro para o fundo, os demais candidatos, de forma discreta, riam da cena.

* A Coluna é escrita por Sandro Gianelli e publicada de segunda a sexta no Portal Conectado ao Poder, no Jornal Alô Brasília e no Portal Alô Brasília.

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