Delegados que chefiam boa parte dos departamentos da cúpula da Polícia Civil entregaram seus cargos no início da noite desta sexta-feira (19/8). Eles se somam a outros 1.063 servidores em cargo de chefia — entre os quais, 197 delegados. Os ofícios com pedido de exoneração ainda não chegaram até o diretor-geral, Eric Seba, mas a tendência é de que sejam formalizados na segunda-feira (22), caso o governo não se manifeste de forma positiva sobre as exigências da categoria.
Entre os chefes que colocaram os cargos à disposição, estão os diretores do Departamento de Polícia Especializada (DPE), que congrega cerca de 20 unidades especializadas; e do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), que abriga 31 delegacias, incluindo as Divisões de Inteligência (Dipo) e de Gestão da Informação (DGI). Os diretores do Departamento de Gestão de Pessoal (DGP) e do Departamento de Administração Geral (DAG) também estão nesse grupo.
Agora, somente permanecem nos cargos o próprio diretor-geral, Eric Seba; seu adjunto, Cícero Jairo de Vasconcelos Monteiro; o assessor jurídico do órgão, Cláudio Magalhães; e o diretor de comunicação, Miguel Lucena Filho.
Reivindicações
Reajuste
A principal reivindicação da PCDF é a equiparação salarial com a Polícia Federal. No entanto, será difícil conseguir a medida. Na última semana, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) argumentou que o DF não tem caixa para bancar o aumento.
“Nós reconhecemos que a isonomia é justa, mas precisamos apresentar uma proposta concreta. Nós tivemos dois anos de recessão, de redução da arrecadação e é claro que isso cria dificuldade para qualquer tipo de aumento. Nós estamos examinando com a maior boa vontade, para ver qual a proposta que podemos fazer para a Polícia Civil. Não adianta de nada eu fazer uma promessa se não puder honrar esse compromisso”, declarou o governador ao Metrópoles.
Após a reunião na segunda-feira (15), o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, repetiu o discurso. Pediu paciência aos policiais e explicou que o governador esteve reunido até com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), semana passada, para tentar viabilizar o aumento, já que no momento não há recursos em caixa para bancar o reajuste.
Em encontro no último dia 2, o GDF ofereceu aumento escalonado: 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; e 10% no mesmo mês de 2019. Já no fim da tarde do mesmo dia, durante um novo encontro, surgiram outras duas propostas.
A primeira estipulava 23% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,5% em janeiro de 2019. Na outra sugestão, os percentuais são de 10% em janeiro de 2017; 13% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,50% em janeiro de 2019. As duas propostas foram rejeitadas.
Fonte: Metrópoles