Com governo em crise, Maior São João do Cerrado está ameaçado

20150408010023Dívida de R$ 3,3 milhões deixada por Agnelo Queiroz e falta de apoio do GDF podem inviabilizar evento este ano

Uma das festas mais populares do Distrito Federal, O Maior São João do Cerrado, está ameaçada de não ocorrer este ano. Uma dívida deixada pelo ex-governador Agnelo Queiroz, de cerca de R$ 3,3 milhões, e a incerteza do apoio do governo para a nona edição impedem o planejamento do evento, marcado para o período de 12 a 16 de agosto.

Popular no calendário de eventos de Ceilândia, a festa reuniu R$ 800 mil pessoas na edição do ano passado. “Recorde de público”, assinala  a produtora Edilane Pessoa de Oliveira, organizadora do evento.

Ela reuniu-se com o governador Rodrigo Rollemberg nesta semana e ele pediu prazo até o fim do mês para voltarem a tratar do assunto. O orçamento – de R$ 4,5 milhões – foi reduzido para R$ 3 milhões. “O governador disse que acha isso quase impossível”, conta Edilane, citando a crise financeira do governo. “A gente sabe que Brasília está o caos e estamos dispostos a contribuir”.

Artistas sem cachê

Além da falta de apoio, Edilane precisa administrar a crise instalada com a dívida deixada. Os cachês dos artistas que se apresentaram no ano passado somam  R$ 609 mil. Entre os que ficaram sem receber pelo show, estão Alceu Valença, Elba Ramalho, Michel Teló, Wesley Safadão, Lenine e Monobloco.

Do convênio para a realização do evento, ficaram para trás R$ 2,7 milhões, que deveriam pagar os gastos com a estrutura do evento, segundo a organizadora. Edilane conta que propôs ao governador um parcelamento do valor que já está empenhado, mas um posicionamento do governo só poderá ser conhecido depois do dia 21, ela disse.

Para realizar o evento sem o apoio do governo, a organização teria que cobrar ingressos do público e diminuir a estrutura do evento. “Não daria para fazer o casamento coletivo, por exemplo, que é a primeira ação do evento e tradição no DF”, lamenta Edilane.

Secretaria diz que está “empenhada”

Em nota, a  Secretaria de Cultura do DF informou que “está empenhada em iniciar, o quanto antes, o pagamento da dívida deixada pelo governo anterior com o evento São João do Cerrado”. Ainda não existe, no entanto, uma previsão para que isso ocorra, segundo o texto.

“A pasta  lamenta a situação, reconhece a importância do evento para o calendário do Distrito Federal e acrescenta que se esforçará para viabilizar apoio à festa em 2015”, diz a nota.

acordo com artistas locais

Os artistas locais que participaram do evento no ano passado devem ser pagos até o próximo mês, graças a um acordo proposto pelo Palácio do Buriti, no fim do mês de março.

As dívidas com os artistas nacionais, cujos cachês costumam ser pagos até 30 dias após a apresentação, no entanto, somam-se aos restos a pagar e às dívidas deixadas pelo governo Agnelo, que estão em processo de reconhecimento pelo atual governador.

Os cachês mais altos foram os de Michel Teló (R$ 160 mil),  Alceu Valença (R$ 120 mil) e Elba Ramalho (R$ 120 mil), conforme contratos publicados no Diário Oficial do DF, no ano passado.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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