Da redação do Conectado ao Poder
O coronel da Polícia Militar, Jorge da Silva Pinto, ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), prestou seu depoimento à CPI dos atos antidemocráticos nesta quinta-feira (30).
Para esclarecer as dúvidas em relação ao posicionamento da Polícia Militar do Distrito Federal sobre o ocorrido no dia 8 de janeiro, o deputado distrital Thiago Manzoni pergunta ao coronel até onde a PMDF pode atuar e até onde não é mais jurisdição dela.
De acordo com Jorge da Silva, “A PMDF tem jurisdição em toda a Esplanada, com exceção dos prédios públicos que têm as suas responsabilidades específicas. É claro que a Polícia Militar, no momento que é acionada, auxilia as forças que desenvolvem a segurança dos prédios. Mas, o limite em si, é a própria estrutura do prédio”.
SISBIN
Sabendo que o SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligência) é composto por 48 órgãos governamentais, incluindo a Casa Civil da Presidência da República, o Gabinete de Segurança Institucional, o Ministério de Justiça e Segurança Pública, entre outros, o deputado conclui que a culpa não foi apenas do Governo do Distrito Federal para que os atos antidemocráticos viessem a acontecer.
“Não é só o GDF que tem responsabilidade, não é só o governador Ibaneis, não é só nossa SSP, nossa PMDF. Em suma, não é o DF que tem responsabilidade pelos atos que aconteceram”, pontuou.
Na opinião de Manzoni, é necessário investigar, seja na CPI ou na CPMI, até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as responsabilidades dos agentes do Governo Federal.
Paula Belmonte
A deputada Paula Belmonte também questiona a falta de responsabilidade dos órgãos. De acordo com ela, havia um documento assinado pelo Congresso Nacional, STF e outros órgãos federais dizendo que medidas de segurança seriam tomadas, mas nenhuma ação foi realizada.
Para a deputada, após o depoimento anterior do ex-comandante Jorge Eduardo Naime, juntamente com os esclarecimentos do comandante Jorge da Silva, ficou claro que tais medidas foram “facilitadas em âmbito federal”.
“Nós vemos um documento assinado que não foi feito nenhuma segurança no qual se foi comprometido em relação a esses prédios públicos”, ressalta.