Como foi o debate entre Dilma e Aécio na Globo

debate presidencial globo dilma e aecioOs candidatos repetiram suas estratégias no último e esperado debate da campanha eleitoral, promovido pela Rede Globo ontem à noite. Dilma Rousseff defendeu seu governo e comparou as gestões do PT com as do PSDB. Aécio Neves criticou a crise econômica, o aparelhamento do estado e os casos de corrupção do governo.

O tom foi menos veemente do que nos debates anteriores do segundo turno e teve, como novidade, a presença de indecisos – 70 escolhidos pelo Ibope – que fizeram perguntas aos candidatos. Na reta final, foram eles que ganharam a maior atenção dos candidatos. Nas perguntas dos eleitores, Aécio e Dilma centraram mais em propostas, sem deixar de trocar farpas. O debate da Globo marcou 30 pontos de audiência, na média, e 38 de pico entre 22h10 às 23h57 (horário de Brasília). O primeiro bloco foi aberto com Aécio Neves na ofensiva perguntando sobre a reportagem da revista Veja, afirmando que o doleiro Alberto Yousseff, em depoimento, teria dito que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam das irregularidades na Petrobras. A candidata do PT disse que era mentira, acusou a revista de calúnia e difamação. Aécio aproveitou para queixar-se “da campanha do medo que o PT vem fazendo no Nordeste anunciando que quem votar em mim vai perder os benefícios”.

As estratégias ficaram evidentes na primeira pergunta de Dilma, que buscou o tempo todo comparar os governos petistas com o governo Fernando Henrique. Ela usou o primeiro bloco para falar do Minha Casa, Minha Vida e do Pronatec. O candidato tucano, nos dois casos, garantiu que ia aperfeiçoar e melhorar os programas. “Aproveito mais uma vez para denunciar o terrorismo do PT. Pessoas cadastradas no Minha Casa, Minha Vida estão recebendo telefonemas dizendo que se votarem no PSDB vão sair do cadastro”, afirmou Aécio.

O candidato tucano também voltou à ofensiva, lembrando do financiamento do BNDES à construção de um porto em Cuba. Aécio revelou que estava encaminhando à Procuradoria da República documentos provando que o BNDES deu um financiamento de 25 anos, com garantias em pesos cubanos, condições que, em regra, são de 12 anos e garantias em moeda forte. A petista rebateu afirmando que o financiamento “criou 150 mil empregos no Brasil”.

Dilma voltou à comparação entre as gestões petistas e tucanas, comparando o papel dos bancos públicos. “O governo de vocês deixou o Banco do Brasil à mingua. Vocês quebraram a Caixa Econômica; quebraram o BNDES. Deixaram o país sem política industrial e sem política social”, atacou Dilma.

A economia dominou o fim do primeiro bloco. Aécio criticou a política econômica do governo. “A inflação está fora do controle: vou lhe dar a oportunidade de falar o que pretende fazer para dizer como retomar o controle”. Dilma voltou à comparação, lembrando que a inflação no governo Fernando Henrique ficou sempre acima da meta. “Nós enfrentamos a crise, mantendo emprego e garantindo salários”, retrucou a petista. “Seu governo é o governo das estatísticas desde que elas lhe sejam favoráveis”, alfinetou o tucano.

O primeiro bloco terminou áspero, mas o segundo começou mais ameno com a participação dos eleitores indecisos. Perguntas sobre alta do aluguel, de um eleitor de São Paulo, e sobre educação, de uma contadora de Belém, tiveram respostas sobre os programas dos candidatos e leve troca de críticas.

O tom voltou a subir, contudo, quando uma eleitora de Minas perguntou sobre corrupção. Dilma enumerou suas propostas para punir a corrupção e o enriquecimento ilícito. “A única medida que não depende de projeto no Congresso para acabar com a corrupção é tirar o PT do governo”, afirmou Aécio. Arrancou aplausos da plateia, seguidos de vaias dos apoiadores da petista. Dilma retrucou, sempre com as comparações. “No governo deles, a prática era engavetar as investigações”.

No terceiro bloco, novamente com perguntas entre os candidatos, eles trocaram críticas. Aécio abriu afirmando que o governo estava atrasado em três meses no repasse ao fundo de assistência social. Dilma retrucou perguntando: “Houve ou não houve falta de planejamento em São Paulo na crise da água?”. Aécio criticou o governo federal, afirmando que faltou parceria e que Agência Nacional de Águas foi aparelhada. “A substituição de quadros técnicos por apadrinhados é a face mais perversa do governo do PT”, disse Aécio.

Os candidatos voltaram a duelar no fim do bloco com Dilma puxando mais uma comparação – desta vez sobre política agrícola – entre os governos do PT e do PSDB. Aécio defendeu seu programa e alfinetou: “Quem olha só para o passado é porque quer fugir do presente e não tem projeto para o futuro”. A petista devolveu afirmando que “é preciso olhar o passado para ver quem tem credencial para fazer no futuro”. O bloco foi encerrado com Aécio questionando Dilma sobre o mensalão: “José Dirceu merecia estar preso ou é herói nacional?”, perguntou. Dilma fugiu da questão e lembrou o mensalão mineiro.

No último bloco, novamente com perguntas de indecisos, os candidatos voltaram a baixar o tom com respostas sobre saneamento  e segurança de um jovem carioca e também da baiana Vera Lúcia. Dilma defendeu os programas de seu governo e as parcerias com os estados. Aécio mostrou suas propostas e alfinetou a situação. “Eu não vou terceirizar as soluções. No nosso governo, vamos assumir a responsabilidade sobre a segurança pública”.

Fonte: Correio 24 horas

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