Crianças ficam 10 horas na fila do Hospital Regional do Guará

20150714235849Fechamento temporário do Hmib teria provocado efeito cascata, que afetou hospitais como o do Guará.

Alguns pais passaram a   madrugada de ontem no Hospital Regional do Guará (HRGu) esperando atendimento na pediatria. O atendimento só foi normalizado de manhã.   O hospital disse, por meio da assessoria de imprensa, que as pediatras escaladas trabalharam normalmente e credita a demora  ao excesso de pacientes por causa da suspensão temporária dos atendimentos na emergência   do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).  A sugestão foi enviada ao JBr. via WhatsApp.

O contador Alex Araujo, 34 anos,  afirmou que chegou ao hospital à meia noite de segunda-feira com a esposa, a dona de casa Suzete Maria, 30, e a filha, Ana Clara, de   um ano. A criança só foi atendida  dez horas depois, às 10h30 do dia seguinte. “As crianças todas estavam aos prantos. O descaso é total. Não tem médico. Na escala, tinha dois, porém, não chamavam”, diz.

A filha  apresentava febre alta, 39 graus. “Pela manhã, ela com toda essa febre e  não tinha passado nem pela triagem”, narra.

Esta foi a primeira vez que o pai, morador de Taguatinga, procurou o Hospital do Guará. Antes, tinha ido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia e à UPA de Ceilândia. “Além disso, soube que também não está tendo atendimento pediátrico na UPA do Recanto das Emas e na do Núcleo Bandeirante. O Hmib está fechado e o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), lotado”, enumera. E desabafa: “É de indignar a situação da saúde pública no DF”.

Peregrinação

O consultor técnico José Augusto da Silveira, 50 anos, morador do Guará, estava no local desde as 6h40 com as duas filhas, Mônica e Marcela, gêmeas, de 1 ano e meio, com um quadro de alergia e vômito. Antes de chegar ao local, fez uma verdadeira peregrinação.

“Eu cheguei a vir aqui ao HRG, mas, como estava cheio, resolvi voltar e esperar amanhecer para retornar com elas. Fui ao Hmib, e lá me indicaram o Hran, que estava lotado”, relata.

Por isso, ele resolveu procurar o Hospital do Guará. E só foi atendido às 10h30, mais de quatro horas depois. “Eu já contribuí durante 37 anos de carteira assinada. Somando,   tenho R$ 556 mil só de INSS. Isso é um absurdo, parece que não temos autoridades”, destacou.

“Atendimento normal”

A equipe do JBr. esteve no HRGu por volta das 10h. Havia mais de dez crianças aguardando   a triagem, que logo começou a ser feita. A Secretaria de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que houve atendimento normal  entre a noite de segunda-feira e  a  manhã de terça-feira. “Havia médicos  que atendiam tanto a pacientes internados   quanto aqueles que chegavam”, diz a resposta enviada pela pasta.

De acordo com a direção do hospital, a emergência pediátrica do HRGu geralmente funciona bem. “Teve um aumento da demanda por causa do Hmib. Muito dessa demanda acabou sendo absorvida pelo Hospital do Guará porque é a unidade mais próxima da Asa Sul”, explicou a assessoria.

O atendimento a novos pacientes da manhã começou somente às 10h porque havia muitos   em observação, segundo a direção do hospital.

Em relação ao caso do pai que disse ter passado a noite no local, a assessoria informou que ele deu entrada à 1h37  e que a filha teria sido classificada como verde na triagem. Segundo a direção, a sala de observação   funcionou além da capacidade, com 12 crianças. Os cinco leitos   estavam ocupados e as demais crianças estavam no banco.

 Fonte: Jornal de Brasília
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