O prazo para o encerramento das convenções partidárias não foi suficiente para as definições das chapas que disputarão o governo do Distrito Federal. Depois de anunciar que seria vice ao lado de José Roberto Arruda (PR), Eliana Pedrosa (PPS), que desafiou a executiva nacional do seu partido, foi surpreendida com a notícia de um acordo de coligação com o PSDB, de Luiz Pitiman, partido justamente da direção. Ao que tudo indica, a palavra final será da Justiça Eleitoral.
O PPS desautorizou a aliança entre Eliana e Arruda. “Nós intervimos porque a deputada Eliana foi contra uma resolução do PPS, que determinou que não coligaríamos com nenhum partido que apoiará a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) e o PR firmou acordo para apoiá-la. O PPS está cumprindo apenas o que foi decidido em congresso”, afirmou o presidente nacional do PPS Roberto Freire.
Mais uma negociação
A assessoria da deputada Eliana Pedrosa afirmou que quer retomar hoje as negociações com a direção nacional.
Será difícil. À noite, Freire endureceu o jogo. Determinou intervenção no diretório regional do Distrito Federal. Eliana, antes a presidente local do partido, foi destituída do cargo. A partir daí, deve ser formalizado também o apoio da sigla ao PSDB, com a indicação de Adão Cândido como vice do candidato tucano ao governo Luiz Pitiman. Adão é um dos membros nomeados para a comissão interventora.
Com a intervenção, Eliana que era a candidata ao Buriti, acabou ficando com o futuro incerto. Caso se componha com a cúpula partidária, pode disputar cargo proporcional. Senão, só o Judiciário decidirá o impasse.
Duas alternativas em jogo
De acordo com Bruno Martins, advogado especialista em direito eleitoral, a Justiça poderá interpretar o processo de duas maneiras. A primeira seria considerar, como já há entendimento legal, que a verticalização de chapas — ou seja, a reprodução a nível regional das mesmas coligações no plano nacional como argumenta Roberto Freire — não precisa ser respeitada, o que daria amparo legal para Eliana.
Dessa forma, o prejudicado seria o candidato Luiz Pitiman, que deixaria de contar com Adão Cândido para ser seu vice e com o tempo de televisão do PPS.
Questão interna
A segunda alternativa seria o Judiciário decidir que o ocorrido trata-se de uma disputa interna e que, por tanto, deve ser decidida internamente. Nesse caso, Eliana teria de mudar sua opção de candidatura, já que o PPS invalidou a convenção que a declarou candidata ao governo local. No caso de uma expulsão a deputada não poderia disputar as eleições por nenhum partido.
Mesmo critério para alianças
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília