A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu acesso a todos os depoimentos do empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal, réu da Operação Lava Jato. Os advogados de Cunha acusam a Procuradoria-Geral da República (PGR) de não ter levado em conta uma fala em que Camargo nega as acusações feitas pelo doleiro Alberto Youssef contra Cunha. “O senhor Júlio Camargo afirma já ter alertado o Ministério Público (ao que parece, em vão) de fatos inverídicos que estão sendo relatados por Alberto Youssef”, diz petição apresentada nesta segunda-feira, 25, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A peça é assinada por quatro advogados de Cunha, o principal deles o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. A defesa pede acesso a todas as peças em que foram ouvidos Camargo e Jayme de Oliveira Filho, ex-policial federal investigado na Lava Jato. O documento requer ainda que daqui em diante todas as oitivas do empreiteiro contem com a presença do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF: “que eventuais futuras reuniões ou oitivas sejam feitas perante Vossa Excelência, sendo a defesa do peticionante intimada para se fazer presente ao ato”, escreveram os advogados.
Cunha é alvo de inquérito aberto em março no STF por suposto envolvimento na Lava Jato. O presidente da Câmara foi citado por Youssef, um dos delatores do caso, como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propinas envolvendo a Petrobras. De acordo com o doleiro, o parlamentar teria aberto requerimentos na Câmara dos Deputados para pressionar Camargo, que teria suspendido os pagamentos do esquema. Cunha tem negado as acusações.
No documento, é dito ainda que “o Procurador-Geral da República, ao que parece, lançou-se em verdadeira cruzada para tentar confirmar, de toda forma, a sua linha de investigação”, diz o texto. A afirmação apresentada pela defesa tem sido repetida por Cunha, que tem afirmado que o procurador-geral, Rodrigo Janot, vem conduzindo as investigações de forma “pessoal”. O pedido foi encaminhado ao ministro Teori, que ainda não decidiu sobre a petição protocolada hoje.
Fonte: .jornaldebrasilia.com.br