O empresário Augusto Mendonça, ligado ao Grupo Setal, apresentou nessa quarta-feira (22) à Justiça Federal no Paraná documentos para reforçar as acusações que fez do pagamento de propina ao PT. Um dos delatores do esquema criminoso que desviou milhões da Petrobras, Mendonça está sendo ouvido nesta quinta-feira pela CPI da Petrobras.
A papelada enviada ao juiz Sérgio Moro inclui recibos de doações eleitorais feitas por três empresas e que, segundo o empresário, serviram para dar legalidade a dinheiro desviado da estatal. Mendonça afirma que entre 2008 e 2012 transferiu cerca de R$ 4,3 milhões em propina ao PT.
Os documentos serão anexados à ação penal que tem como réus, entre outros, o tesoureiro afastado do PT João Vaccari Neto, os ex-diretores da Petrobras Renato Duque (Serviços), Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco e o próprio empresário.
“João Vaccari, tesoureiro do PT, tinha conhecimento dessas doações e que elas se originavam em acerto de propina com a Diretoria de Serviços”.
Ministério Público Federal
Firmada em outubro de 2014 com os procuradores da República, a delação premiada de Mendonça teve papel importante nos desdobramentos das investigações. Ele contou como funcionava o “clube do bilhão”, o cartel de empresas que dominava as contratações realizadas pela Petrobras. O delator entregou detalhes de reuniões realizadas entre os participantes para combinar a divisão dos contratos da companhia.
O conteúdo dos depoimentos de Mendonça ajudou a respaldar a Operação Juízo Final, como ficou conhecida a sétima fase da Lava-jato que levou para a cadeia executivos das principais empreiteiras do país.
Mendonça comprometeu seriamente Duque e Vaccari, afastado do cargo de tesoureiro do PT na semana passada após ser preso. Duque também está preso. Assim escreveu o juiz Sérgio Moro sobre os dois, ao aceitar a denúncia do Ministério Público Federal: “O próprio Augusto Mendonça, em colaboração premiada, declarou que teria feito as doações em questão por solicitação de Renato Duque e que elas comporiam o acerto de propina com a Diretoria de Serviços”.
Ainda de acordo com a denúncia, “João Vaccari, tesoureiro do PT, tinha conhecimento dessas doações e que elas se originavam em acerto de propina com a Diretoria de Serviços”.
Fonte: fatoonline.com.br