Em ano de Copa do Mundo e campeonatos de futebol de todo tipo, sinto-me na obrigação de falar sobre umas das principais causas de acidentes diários não só no DF como no Brasil: a falta de investimento em educação de trânsito.
O mais desgastante em apresentar esses argumentos é que nem deveríamos tocar em assuntos de tamanha importância para a proteção e preservação da vida. Vamos aos fatos:
Ao longo de 2012, somente o Departamento de Trânsito (Detran-DF) recolheu em média R$ 301,7 mil em multas por dia. Significa dizer que, a cada minuto, os brasilienses desembolsam R$ 209,57 para pagar essas infrações. Apenas os radares flagraram 1.114.373 veículos em excesso de velocidade nas pistas do DF, conforme revelou o Correio Brasiliense. É como se oito em cada 10 carros da frota tivessem sido multados pelos pardais e pelas barreiras eletrônicas. O artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) limita a destinação do dinheiro arrecadado em virtude das imprudências dos motoristas. A verba deve ser aplicada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Fonte: CorreioBrasiliense 22/01/2013.
O que diz o artigo do Código de trânsito Brasileiro: Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito.
Em 2012 o Detran-DF arrecadou o montante de aproximadamente 110 milhões de reais em multas. Já em 2013 aumentou o seu faturamento em 7 milhões, chegando a 117 milhões. Você sabe quanto deste valor foi investido em campanhas de educação de trânsito? Menos de 5 milhões!
Andamos pela cidade com nossos veículos e a cada momento em que passamos pelos inúmeros “pardais” e barreiras, ficamos com aquele sentimento de assalto, aquela sensação que se passar um pouco a mais da velocidade, teremos que pagar uma multa.
O grande apelo que nós cidadãos reféns desse sistema arrecadatório temos que fazer, é que o dinheiro obtido seja revertido de forma decente e eficiente para educação/reeducação de trânsito.
O DF caminha para um futuro de muitos carros, aumento de motocicletas e bicicletas e neste caso a mobilidade urbana deverá ser um dos principais assuntos a ser discutido no pleito eleitoral que se aproxima, sugiro que coloquem em suas propostas de governo uma força tarefa especial para lidar com este tema nos próximos anos.
Estamos no último ano do Governo de Agnelo Queiroz e sinceramente não foi observada concentração de inteligência para campanhas de educação de trânsito, seja no dia a dia dos usuários, como na formação primordial de caráter com foco em crianças e adolescentes, e não culpamos os servidores que estão ali, mas sim os gestores políticos que são quem realmente comandam as empresas e autarquias do governo.
Dia após dia vemos graves acidentes pelo Distrito Federal, algumas avenidas/rodovias já são conhecidas pelo grande número de acidentes, a BR-070 por exemplo, e convenhamos que o simples fato de colocar um “pardal” não irá solucionar ou amenizar de forma concreta o problema.
É preciso aprofundar os estudos e campanhas de conscientização, para que o motorista jamais experimente um acidente em que possa perder sua vida ou de algum inocente. As blitz´s educativas devem ser constantes, não apenas em carnavais e festas de fim de ano, tem recurso, material humano e ferramentas, falta uma boa gestão que pense no cidadão, nas famílias e não apenas na arrecadação que o governo gosta de obter.
Agora que você sabe o quanto o Detran arrecada, quem tem lei específica para destinar recursos para educação de trânsito, que tal compartilhar essa informação com seus familiares e amigos?
Nosso objetivo é compartilhar o conhecimento, faça isso você também.
Fonte: http://politicandodf.com.br/detran-df-e-a-falta-de-educacao/
