DF descarta ebola e diz que paciente mentiu ao alegar ter saído do país

secretariooHomem deu entrada na UPA de Sobradinho com sintomas da doença. Paciente já foi liberado; ele havia dito que tinha viajado para a Libéria.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal descartou infecção por ebola e afirmou que o paciente que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento de Sobradinho alegando sintomas da doença mentiu ao falar que saiu do país. A informação foi passada pelo subsecretário de Vigilância à Saúde, José Carlos Valença, na manhã desta quinta-feira (18).

“Constata-se que é uma história fantasiosa. Me parece que sim, já existem algumas entradas desse paciente na secretaria [com relatos de histórico falso]. Há suspeita que ele possa ter um distúrbio psiquiátrico”, declarou.

 De acordo com o gestor, o homem foi ao Hospital Regional de Sobradinho no dia 15 reclamando de febre alta — não mensurada — e dores. Ele foi diagnosticado com infecção urinária e voltou para casa. No dia posterior ele esteve na UPA, relatando os mesmos sintomas. Depois, na tarde desta quarta, contando que viajou para a Libéria no início do mês e dizendo que um amigo que o acompanhava morreu da doença em São Paulo.

O subsecretário disse que notificou a Vigilância Epidemiológica e o Ministério da Saúde de imediato para seguir o protocolo — incluindo exames de sorologia — e deu início à investigação. As informações foram colhidas, inclusive junto a familiares, entre 16h e 1h, quando a doença foi descartada.

Segundo a pasta, 50 profissionais no DF e em SP foram mobilizados para atuar no caso. Todos os envolvidos no socorro ao homem estavam equipados com luvas, máscaras, avental e gorro. O material coletado do paciente foi descartado depois de se constatar “incoerência”.

“O que quero deixar claro é que, se o caso fosse verdadeiro, nós teríamos tomado todas as providências, utilizando todos os protocolos para esse caso”, completou Valença.

A Secretaria de Saúde informou que não sabe ainda se vai registrar ocorrência na polícia por causa da falsa comunicação.

Doença
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Em seguida, aparecem vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.

Em outubro de 2014, ocorreu na Espanha o primeiro caso de transmissão de ebola fora da África na mais recente epidemia da doença. A paciente era uma profissional de saúde, que foi tratada e se recuperou.

O país não teve nenhum outro caso de transmissão e foi declarado livre da doença pela Organização Mundial da Saúde em 2 de dezembro.

Atualmente, só continuam ocorrendo casos de infecção por ebola na Guiné e em Serra Leoa. A Libéria, um dos países mais afetados pela epidemia, foi declarada livre da doença no mês passado.

Maior epidemia
O mundo vive a pior epidemia da doença, que teve início com a infecção de uma criança na Guiné em dezembro de 2013: mais de 11 mil pessoas morreram e quase 27 mil foram infectadas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A maior parte dos pacientes está em países da África Ocidental.

Constata-se que é uma história fantasiosa. Me parece que sim, já existem algumas entradas desse paciente na secretaria [com relatos de histórico falso]. Há suspeita que ele possa ter um distúrbio psiquiátrico”
José Carlos Valença, subsecretário de Vigilância à Saúde

Não há remédios específicos para tratar o ebola. Existem terapias experimentais, como a transfusão de sangue de pacientes que se curaram do ebola, e drogas em teste como ZMapp, TKM-Ebola, Brincidofovir e BCX4430. Nenhum desses métodos passou por todas as fases de pesquisa necessárias para aprovação.

O Brasil não registrou casos da doença. Segundo o Ministério da Saúde, o risco de transmissão no país é considerado baixo. Brasília registrou uma única suspeita: um comissário de bordo panamenho foi internado no final de 2014 em um hospital particular da Asa Sul com febre e náuseas. Exames comprovaram que ele tinha uma infecção intestinal.

O GDF chegou a anunciar no ano passado dispensa de licitação para compra de 2,3 mil kits para atender pacientes com ebola. O pregão foi cancelado. Os protetores faciais com viseira flexível, óculos de proteção, botas de PVC, macacão impermeável, avental de napa e saco vermelho para coleta de resíduo hospitalar ficariam disponíveis no Hospital Regional da Asa Norte, considerado de referência.

Fonte: G1

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