Os candidatos foram escolhidos. A disputa está posta e cada postulante vai ocupar o seu espaço. A briga pelo pelo governo do Distrito Federal ficará entre o governador Agnelo Queiroz (PT), que disputará à reeleição; o ex-governador José Roberto Arruda (PR); e, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). Um desses três vai comandar Brasília pelos próximos quatro anos.
A disputa vai ter ainda o candidato do PSol, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho, que se juntou a dois partidos nanicos de extrema esquerda, o PSTU e o PCB. Promete conseguir uma boa votação, mas sem chances de vitória.
O deputado federal Luiz Pitiman (PSDB) é candidato ao Palácio do Buriti. Candidato dele e do presidenciável Aécio Neves. Não conseguiu atrair ninguém ao seu projeto, até o momento. Se for mantido candidato, estará só.
A deputado Eliana Pedrosa (PPS) também ainda não abriu mão da candidatura. Vive o mesmo pesadelo de Pitiman. Não tem apoio de ninguém e nem tempo de TV para se tornar competitiva. Podem acabar formando uma dupla sertaneja: Luiz Pitiman & Eliana. E mesmo assim, com poucas chances. Conversaram demais, negociaram demais, apostaram demais e esperaram demais.
As convenções partidárias só terminam na segunda-feira, dia 30. E o registro das candidaturas vai até o dia 5 de julho, quando inicia oficialmente a campanha. É possível que outras candidaturas sejam colocadas. Sempre aparecem de última hora pequenos partidos que lançam candidatos para marcar posição. É o caso do PCO com o conhecido bordão “Quem bate cartão não vota em patrão”.
Se espremer mais um pouco, a disputa fica resumida entre Agnelo e Arruda. Rollemberg é um bom candidato. Precisa ainda se mostrar e convencer os eleitores a sair da polarização do “nós contra eles”. Do PT versus Arruda (Roriz). Que Brasília não tem lado. E somos todos uma mesma cidade. É um desafio e tanto numa eleição em que as paixões falam muito alto. E os interesses também.
Arruda vai ter que se defender das acusações da Caixa de Pandora. O tiroteio vai ser grande em cima dele. Tem muita coisa que ainda precisa ser explicada. Ainda não ficou claro para o grande público, por exemplo, se o caso de corrupção funcionou no governo de Joaquim Roriz ou de Arruda. E a quem o delator Durval Barbosa servia. Ou se ele ao mesmo tempo criador e dono do esquema.
O ex-governador Arruda também terá que convencer o eleitor que seu governo foi melhor do que o de Agnelo Queiroz. Para isso, terá que equilibrar o patamar de escândalos com a atual administração. Para então rivalizar nas realizações. Escândalos versus escândalos. Obras versus obras.
Agnelo terá tempo de TV, dinheiro e bons apoios político-partidários. Tem que mostrar que fez mais que seu antecessor. E que Arruda é um voto no escuro. O discurso do PT deve ser o de focar nas ações da Justiça. Que se Arruda ganhar a eleição, pode ser retirado do Buriti novamente. E causar nova insegurança jurídica ao DF.
É um discurso perigoso. Difícil de colar, mas possível. Deve ser bem trabalhado. Se forçar demais na mão, quem pode sair ganhando com essa guerra entre Agnelo e Arruda é o senador Rodrigo Rollemberg. Se o jogo for muito baixo e sujo, a população tende a ficar enojada e procurar outra opção.
Se essa tendência se cristalizar, Rollemberg será chamado ao centro do ringue para levar porrada. Um dos alvos será o seu primeiro suplente, Hélio José da Silva, que foi colocado na chapa em 2010 pelo PT a contragosto de Rollemberg. E que agora pode ser usado pelo próprio PT contra o senador.
As divergências entre Hélio e Rollemberg são antigas. Cercado de acusações, Hélio acabou deixando o PT, onde tinha o cargo de secretário de Assuntos Institucionais e Políticos. Hoje está filiado no PSD. Se Rollemberg for eleito, será Hélio José que assumirá uma cadeira no Senado.
A eleição promete ser uma das mais complicadas dos últimos tempos. A população pode até rejeitar a baixaria. Para os políticos, na briga pelo poder, o chumbo trocado não dói.
Por Ricardo Callado
Fonte: Blog do Callado