Ao empossar novo ministro da Secretaria de Comunicação, presidente diz que não irá coibir liberdade de manifestações, numa referência aos protestos que tomaram conta das ruas neste mês
Em seu discurso, a presidente também defendeu o direito à livre manifestação por parte da população. “Reitero que nós não temos e não teremos, sob nenhuma hipótese, uma ação de coibir e impedir a liberdade de manifestação”, disse ela, referindo-se nitidamente aos protestos enfrentados por seu governo.
“A liberdade de imprensa, para mim, é uma das pedras fundadoras da democracia. Liberdade de expressão e de imprensa são, sobretudo, o exercício do direito de ter opiniões, o direito de criticar e apoiar. O direito de ter oposições e o direito de externá-las sem consequências e sem repressão”, completou.
A presidente também não perdeu a chance de relembrar sua luta contra a ditadura, no dia em que se completa 51 anos do golpe militar. “Quem, como eu, e todos aqueles da minha geração que viveram sob uma ditadura, sabem o imenso valor da liberdade de imprensa e de expressão. Somos todos contra a censura”, concluiu.
Ajuste fiscal
Em meio à negociação das medidas econômicas com o Legislativo, Dilma afirmou em seu discurso que é obrigação do governo, pela Secom, explicar à população sobre as turbulências na economia. “Temos a obrigação de explicar ao povo que passamos por uma conjuntura que exige maior rigor nos gastos públicos e ajustes para que o país volte a crescer o mais breve possível”, declarou.
Abertura
Em entrevista coletiva após a posse, o novo ministro da Secom reiteirou que a comunicação não é uma política de ministério, mas de governo. E adiantou: “não há tema proibido na minha gestão”. Edinho Silva assumiu no lugar do jornalista Thomas Traumann, que pediu demissão na última semana, depois do vazamento de documento com críticas à comunicação do governo federal.
Segundo ele, é preciso prestar contas à sociedade sobre os recursos públicos e valorizar, de acordo com orientação da presidente Dilma, o trabalho dos órgãos de comunicação. “Vou valorizar todos os veículos. A partir de hoje meus companheiros de trabalho passam a ser vocês”, prometeu aos jornalistas.
Antes de tomar posse, o novo ministro participou da reunião de articulação do governo e admitiu que a aprovação das medidas econômicas foi debatida pelos ministros convidados. Além do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), participaram os titulares da Casa Civil, Aloizio Mercadante; das Relações Institucionais, Pepe Vargas e da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, entre outros ministros.
Para Edinho, o momento é de turbulência e de ajustes. “Evidentemente que se discutiu a agenda do governo, que é a necessidade de dialogar com o Congresso Nacional para que as medidas econômicas sejam aprovadas”.
Edinho Silva é sociólogo, foi deputado estadual, em São Paulo, e prefeito de Araraquara (SP) por dois mandatos. Também presidiu o PT paulista e coordenou as finanças da campanha da presidente à reeleição, em 2014, e a campanha ao governo de São Paulo, em 2010, do atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Fonte: Fato Online