Da redação do Conectado ao Poder
O consultor político e presidente do Clube Associativo dos Profissionais do Marketing Político (CAMP), Bruno Hoffmann, foi entrevistado pelo jornalista Sandro Gianelli, na Rádio Metrópoles (104.1FM), no último domingo (29), e falou sobre o livro Marketing Político no Brasil, sobre os trabalhos realizados pelo CAMP, sobre campanha eleitoral, além de eleições de modo geral.
De onde surgiu a ideia do livro Marketing Político no Brasil?
Ele é um produto do CAMP, que nasceu a cerca de 4 anos atrás, justamente das demandas dos estrategistas, que estão envolvidos com campanhas políticas, mas não tinha uma associação que de fato representasse eles, mas agora estamos começando a dialogar, que é uma coisa que nunca foi feita antes. O livro conta com 50 autores, sendo 48 associados ao CAMP e os outros são um advogado e a secretaria geral do TSE.
Quais trabalhos já foram realizados pelo CAMP?
Por exemplo, nós já fizemos um seminário com o Senado Federal, um termo de compromisso de colaboração com o TSE no combate a Fake News e fechamos uma parceria onde os associados são professores do RenovaBR.
Qual tem sido o ideal do CAMP?
Nós estamos mostrando que somos profissionais sérios, que apenas queremos fazer nosso trabalho e que não temos nada a ver com erros que alguns tenham cometido no passado. Temos uma especialização assim como em qualquer outra profissão e a gente só quer poder trabalhar dignamente e receber nossos dividendos sem nenhum tipo de problema.
Como o CAMP atua no combate às fake news?
Nós temos o código de ética. Os nossos profissionais são pessoas que já estiveram em grandes campanhas espalhadas pelo país, são grandes estrategistas e eles precisam respeitar o código, sendo assim é um selo de qualidade que se carrega.
No passado, daria para acreditar que os profissionais do marketing político estariam se relacionando com grandes instituições?
Há poucos anos atrás, se fosse mencionado que os ditos marketeiros estariam se relacionando com esse nível de pessoas e instituições, ninguém acreditaria.
O impacto da tecnologia foi grande no marketing político?
Sim. Na própria área da comunicação a gente via os jornalistas com toda a parafernalha para se fazer uma cobertura e hoje estão somente com o celular e não é só um vídeo que está sendo feito, eles estão ao vivo em algum meio de comunicação importante, então todas as novas profissões estão tendo que se reinventar, principalmente com o ganho de espaço das redes sociais.
Como é a questão da gestão de crise?
De certa forma, dentro do marketing político tudo acaba sendo uma questão de gestão de crise, porque são muitos acontecimentos e as pessoas precisam estar preparadas e entender o que é para ser feito quando a situação complicar. O profissional de marketing político é como se fosse um médico, porque tem que estar preparado para qualquer situação.
Qual é a sua visão sobre os 45 dias de campanha eleitoral?
Isso é um problema seríssimo, talvez o mais grave que a gente tenha hoje no Brasil, porque na verdade é uma ameaça à democracia. No entanto, nesse período você tem que continuar contando sua história, mostrando o que você quer fazer e como você faria se fosse eleito para qualquer cargo, mas com 45 dias não dá tempo, a gente vê em outros países a pessoa se lançando no mínimo com 1 ano antes.
Você acredita que ainda existe a possibilidade de sairmos da polarização Bolsonaro x Lula?
A gente vê a mídia e as pessoas falando que realmente já está certo de que será só Lula e Bolsonaro, mas como a campanha não começou de fato, ainda não deu tempo de experimentar outros nomes, então há tempo de observar uma terceira via.
Você acredita que neste ano terão candidatos que vão começar com porcentagens baixíssimas de votos virando o jogo como ocorreu na eleição de 2018?
Sim, sem dúvidas, até porque os nomes não estão 100% apresentados, então só no dia 16 de agosto, quando de fato as eleições começam é que teremos um cenário completo para analisar.
Qual o impacto do WhatsApp nesta eleição?
Está havendo um debate muito grande em relação a novas funcionalidades do WhatsApp, mas ao que tudo indica nada vai mudar. O WhatsApp é uma terra sem lei e a grande questão que é colocada é sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Você acha que ainda dá tempo de Pablo Marçal se posicionar bem para essas eleições?
Independente do candidato, sempre dá tempo, porque muita coisa ainda vai acontecer. O fato do Marçal ser um fenômeno na internet, ele eventualmente pode surpreender de alguma forma, mas a política não é feita só de seguidores.
Doria seria competitivo se fosse candidato em 2018?
Na minha visão, quem deveria ter sido candidato em 2018 era o João Doria, porque se resgatarmos na memória, lá em 2014 quando o Aécio perdeu para a Dilma, o PT não tinha oposição, o primeiro nome de oposição forte que apareceu foi do Doria, quando ele venceu em São Paulo, era muito midiático, totalmente antipetismo, então chegou em 2018, o PSDB começou com aquele negócio de “vai Aécio”, “vai Alckmin” e colocaram Alckmin, mas se perderam, porque a pessoa certa era o Doria. Se ele tivesse sido o candidato do PSDB, o presidente hoje seria ele.
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*Sandro Gianelli é consultor em marketing político, jornalista, colunista e radialista. Escreve a Coluna do Gianelli, de segunda a sexta, para o portal Conectado ao Poder e para o Jornal Alô Brasília e apresenta um programa de entrevistas, aos domingos, das 9h às 11h, na rádio Metrópoles – 104,1 FM.