Eleições suplementares dão o tom sobre o que esperar das Eleições de 2018

Por Sandro Gianelli

Mauro Carlesse (PHS-TO) primeiro colocado no primeiro turno da eleição suplementar de 2018 no Tocantins / Divulgação
Mauro Carlesse (PHS-TO) primeiro colocado no primeiro turno da eleição suplementar de 2018 no Tocantins / Divulgação

Eleição em Tocantins

O último domingo foi marcado pela eleição suplementar no Estado de Tocantins onde os eleitores foram as urnas para escolher o governador. O eleito ocupará o cargo até o dia 31 de dezembro de 2018. A disputa teve sete candidatos e será definida no segundo turno.

Desinteresse 1

O fato que mais chamou a atenção foi o grande número de eleitores que optaram por não votar em ninguém. 30,14% de abstenção – eleitores que não foram votar – somando 306.811. 17,13% de votos nulos – eleitores que anularam o voto – somando 121.877. E 2,06% de votos brancos – eleitores que foram votar, mas não escolheram nenhum dos candidatos – somaram 14.660 eleitores.

Desinteresse 2

A soma de eleitores que deixaram de escolher um dos candidatos, somando a abstenção, votos brancos e nulos chegou a 443.414 eleitores. O resultado representa 49,33% de todo o eleitorado do Estado. Quase a metade do total de eleitores do Tocantins.

Amazonino Mendes, governador eleito na eleição suplementar de 2017 no Amazonas / Reprodução da internet
Amazonino Mendes, governador eleito na eleição suplementar de 2017 no Amazonas / Reprodução da internet

Eleição no Amazonas

No dia 27 de agosto de 2017, aconteceu no Estado do Amazonas uma eleição suplementar para a escolha de um novo governador. A escolha só foi definida no segundo turno e como ocorreu no Tocantins, o desinteresse por parte do eleitor também foi grande.

Desinteresse 3

A soma do total de abstenções, brancos e nulos foi superior a votação do governador eleito ou do candidato derrotado. Os votos em branco somaram 4,06%, um total de 70.441. Votos nulos chegaram a 19,73%, totalizando 342.280. E a abstenção chegou a 25,82%, somando 603.914 eleitores.

Desinteresse 4

A soma dos votos em branco, nulo e da abstenção chegou a 43,47%, totalizando 1.016.635 eleitores que optaram por não comparecer as urnas ou aqueles que foram e preferiram não votar em nenhum dos candidatos. O candidato eleito teve 782.933 votos, perdendo para a soma dos que rejeitaram os nomes apresentados.

Eleições 2016

No segundo turno das eleições municipais de 2016, que ocorreram em todo o país, o número de eleitores que não compareceram às urnas, somado aos votos brancos e nulos, foi de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas. O que representou 32,5% do eleitorado.

João Doria, eleito prefeito de São Paulo nas eleições de 2016 / Reprodução da internet
João Doria, eleito prefeito de São Paulo nas eleições de 2016 / Reprodução da internet

Dados aumentando

Nas eleições de 2016, o município de São Paulo, que é o terceiro maior colégio eleitoral da América Latina, ficando atrás apenas do Brasil e do Estado de São Paulo também teve altos índices de abstenções e votos brancos e nulos. 34,8% do eleitorado não participou da escolha do prefeito. Este foi o maior índice desde 1996.

Eleições 2014

Nas eleições de 2014 os votos brancos e nulos somaram 9,64% dos votos totais, e os eleitores que não compareceram às urnas somaram 19,39%. A média nacional ficou em 29,03%. Os percentuais relativos aos votos que não entram nas contas dos votos válidos aumentaram nas três modalidades.

Outras eleições

No primeiro turno das eleições presidenciais de 2010, quando o país tinha 135 milhões de eleitores, 18,12% deles não votaram. Já em 2002, a abstenção atingiu 17,74% e em 2006, 16,75%. Entre 2006 e 2010 o desinteresse por parte do eleitorado vinha

aumentando de forma tímida. A partir de 2014, os números começaram a aumentar de forma significativa.

Campo da esquerda

A eleição suplementar do Tocantins mostrou que a fragmentação da esquerda poderá tira-los do segundo turno nas eleições de outubro. A soma de todos os candidatos de esquerda chegou a 47% dos votos, porém, a fragmentação não garantiu a nenhum dos candidatos a possibilidade de ir para o segundo turno.

Cabina de votação / Reprodução da internet
Cabina de votação / Reprodução da internet

Desafios

Os candidatos devem ficar atentos ao recado que as urnas estão dando. O grande desafio das eleições de 2018 será convencer o eleitor a ir votar. Tirar o eleitor de casa. Será um trabalho de conscientização e convencimento de que sua candidatura tem valores que vale ao eleitor sair de casa e ir votar.

Campanha casada

Outro alerta para os candidatos é que se deve tomar muito cuidado com as dobradinhas. O eleitor está propicio a não sair de casa para votar. Se você insistir em emplacar outros candidatos goela abaixo, correrá o risco de perder o pouco dos eleitores que você poderá ter. Existirá uma linha muito tênue entre essas dobradinhas. Cuidado para não ultrapassa-la.

* A Coluna é escrita por Sandro Gianelli e publicada de segunda a sexta no Portal Conectado ao Poder, no Jornal Alô Brasília e no Portal Alô Brasília.

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