Em plena pandemia, bancos atraem mais de 10 milhões de novos clientes

Bancarização aposta nas contas digitais e no uso de influenciadores para atrair clientes

Nem mesmo a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 esmagou o crescimento dos bancos em 2020. Pelo contrário, o distanciamento social e o auxílio emergencial estimulam a bancarização do brasileiro. No primeiro ano de crise sanitária, dez milhões de novas contas foram abertas em todo o país. As contas digitais foram a grande aposta destas instituições.

Seja pela praticidade de acessar os serviços de forma digital, colaborando com as medidas de distanciamento social, ou para driblar regras que dificultam o saque do auxílio emergencial, as instituições bancárias não perderam tempo. Para se ter ideia, somente em 2021, 45,6 milhões de pessoas terão acesso ao auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal, pago, exclusivamente, pela Caixa. Mas que pode ser antecipado por outras instituições, ou transferido via PIX.

Como forma de chamar atenção, bancos públicos, de economia mista e privados apostam em uma linguagem mais simples para atrair novos clientes. De acordo com o especialista em Marketing de Influência, Danilo Strano, as mudanças vão desde o perfil dos modelos ao patrocínio de times populares.

“Os bancos compreenderam que era preciso gerar afinidade com esses possíveis clientes. A mudança começou com as instituições privadas e passam a ser adotadas por bancos públicos e de economia mista. Os modelos são pessoas comuns, com as quais o cidadão se reconhece. Até bem pouco tempo, os personagens eram executivos bem-sucedidos, muito distantes do jovem e da dona de casa”, explicou.

Ainda de acordo com o especialista, outra aposta está no uso de celebridades da internet. “Seja nas campanhas publicadas pelos grandes veículos ou nos anúncios digitais, a aposta está nos influenciadores. Sejam eles celebridades da televisão, ou pessoas que ganharam destaque na internet”, afirmou.

Contas digitais

As contas digitais oferecem serviços semelhantes as contas tradicionais, com a facilidade do cliente poder fazer tudo pela internet, sem a necessidade de uma agência física, o que minimiza custos e amplia a oferta de serviços gratuitos. No ano passado, o Brasil registrou a abertura de 67 milhões de contas digitais. Iniciada por bancos digitais, a modalidade passa a atrair as grandes instituições financeiras.

Desde 2020 o Banco de Brasília (BRB) oferece aos clientes o Nação BRB Fla. Patrocinador oficial do Flamengo, o banco viu o crescimento das contas digitais e passou a apostar nesse mercado. No final do mês de abril, a versão digital do BRB ultrapassou o total de 400 mil contas abertas, em menos de um ano de operação. O número supera o total de clientes Pessoa Física na modalidade tradicional, que soma 372 mil usuários. Outras instituições tradicionais como o Santander, o ITAU e o Banco Safra também aderiram a modalidade.

Embora o acelerado processo de bancarização, estima-se que 36 milhões de brasileiros continuam fora do sistema financeiro. Os dados são do Banco Central do Brasil e da Febraban e levam em consideração o número de habitantes estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Números envolventes e que estimulam as instituições financeiras a investirem em novas formas de publicidade, e reforçando o papel dos modelos – influenciadores.

O especialista em Marketing Digital, Danilo Strano usou os reality shows como exemplos bem-sucedidos. “O brasileiro consome esses produtos. A quantidade de notícia gerada com um reality é imensa. As instituições perceberam essa lacuna e passaram a usar da credibilidade dos personagens, que automaticamente tornam-se influenciadores digitais, somada a audiência dos programas, para atrair os clientes. É algo quase óbvio, se aquela pessoa fala direto ao público que pretendo conquistar, ela será minha garota propaganda”, concluiu.

Os clubes esportivos e os atletas também se enquadram ao perfil mais procurado para atrair os novos clientes.

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