“Em uma hipótese do Lula ganhar, em pouco tempo o país vai estar instável economicamente e internacionalmente”, avalia Hamilton Silva, jornalista e economista

Da redação do Conectado ao Poder

Os jornalistas especializados em política, Hamilton Silva, que também é economista, e Aderivaldo Cardoso, do meio da segurança pública, foram entrevistados no programa Conectado ao Poder, da TV Cultura, pelo jornalista Sandro Gianelli, e debateram sobre a disputa entre petismo e bolsonarismo. O Conectado ao Poder vai ao ar toda quarta-feira, às 23h, na TV Cultura, canal 5.1.

Gianelli trouxe a questão do antipetismo e do antibolsnarismo. “Nós estamos vivendo um momento de total polarização. De um lado temos Jair Messias Bolsonaro e do outro Luiz Inácio Lula da Silva. Será que o antipetismo ou o antibolsonarimo será derrotado?”, interrogou.

Hamilton entende que vai além dessa polarização. “Não é só o PT e nem só o Bolsonaro. O Bolsonarismo não é uma situação conjuntural, mas sim um fenômeno baseado no conservadorismo, na família, em valores cristãos, então não é uma onda. O Bolsonaro ganhando ou perdendo, ele vai permanecer, porque vai sair maior e se o ex-presidente Lula vencer, vai ser muito difícil o PT governar, por conta da quantidade de parlamentares do lado bolsonarista eleitos para o Congresso Nacional”, analisou.

Aderivaldo Cardoso usou a expressão “são duas faces da mesma moeda” para retratar sua posição sobre os dois candidatos. “Tem de um lado a continuidade da incompetência e do outro a continuidade da corrupção. Tem o lulismo e o bolsonarismo, mas até que ponto eles sobrevivem sem um alimentar o outro? A corrupção petista criou o Bolsonaro e o Bolsonaro ressuscita Lula”, disse.

Sandro Gianelli complementou dizendo que “o retorno do Lula tem muito a ver com a forma que o Bolsonaro conduziu o Brasil, então o Bolsonaro nasce como alternativa contra tudo o que o Lula e o PT construíram e o governo Bolsonaro ressuscita o próprio Lula”.

Hamilton pensa de outro modo. “Quem ressuscitou o Lula foi o STF, dizendo que para julgar o ex-condenado tinha que ser em Brasília e não no Paraná, então o Bolsonaro se alimenta do petismo, mas não foi ele que colocou Lula lá”, afirmou.

Aderivaldo entende que, de modo geral, os eleitores não possuem lógica na hora de votar. “Quando a gente estuda o cenário, a gente entende que o eleitor elege deputados de uma força e presidente de outra”, comenta. Hamilton Silva analisa que “o eleitor não tem consciência macro da situação política do país, ele não elege um deputado achando que ele vai ser oposição ao presidente. A democracia faz com que as forças sejam equilibradas pelo executivo, legislativo e judiciário para posteriormente serem testadas, tendo em vista que só houve o impeachment da Dilma porque ela perdeu força do Congresso Nacional, como foi o governo do Collor em 1992”.

Os analistas mencionaram que Bolsonaro somente não passou por processo de impeachment porque se rendeu ao Centrão, como fez Lula em seu governo, lembrado por Hamilton, que entende que hoje, para o bem do Brasil, o melhor candidato é o presidente Bolsonaro. “Em uma hipótese do Lula ganhar as eleições, com 4 ou 5 meses o país vai estar instável economicamente e internacionalmente, nós não teremos moral nenhuma para chegar à ONU ou ao Congresso Americano para negociar”, pontuou.

Como economista, Hamilton falou sobre a questão do combustível se Bolsonaro for reeleito e Lula eleito. “O combustível é uma commodity que sofre influência direta do mercado internacional, então com a crise que está ocorrendo na Europa, independente do que aconteça no Brasil, a commodity vai manter o preço, mas caso ocorra a vitória do presidente Bolsonaro, a tendência é que se mantenha no viés de baixa, com preço estável, com boas relações com a Rússia, que inclusive chegou mais um navio de diesel, que o presidente já anunciou que vai reduzir o preço, então para o brasileiro é extremamente importante, porque faz com que  a gente se destaque como economia forte. Se Lula for eleito, é bom para os políticos tradicionais e para o globalismo internacional, que apostam em uma instabilidade jurídica pós-eleições”, observou.

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