Formada por nove distritais, bancada evangélica defende a família

20150406011512Entre as bandeiras levantadas pelos distritais, estão principalmente a defesa de valores tradicionais da família e a regularização de terrenos onde os templos estão instalados irregularmente.

A bancada evangélica na Câmara Legislativa nunca foi tão grande como na atual legislatura. Dos 24 distritais, nove se declaram evangélicos, cinco deles em primeiro mandato. Entre as bandeiras levantadas pelos distritais, estão principalmente a defesa de valores tradicionais da família e a regularização de terrenos onde os templos estão instalados irregularmente.

Pastora, a deputada Sandra Faraj (PSD) chegou a criar a Frente Parlamentar da Família, com o objetivo de dar prioridade às políticas voltadas à manutenção dos valores da família tradicional. “Fui candidata com a bandeira dos valores familiares e da gestão eficiente. Quero aprovar projetos nesse sentido”, esclarece.

A deputada explica que os eleitores, ligados à sua igreja, têm ficado satisfeitos com sua atuação. “Percebo que eles esperam exatamente o que venho fazendo e principalmente pelo retorno que me dão pelas redes sociais”, declara.

Recentemente, Sandra cobrou respostas da Secretaria da Criança sobre a liberação do uso de nome social por adolescentes travestis, transexuais e transgêneros que cumprem medidas socioeducativas nas unidades de internação do DF. “Fiz um requerimento cobrando respostas da secretaria por ter autorizado os jovens a usarem o nome social, independentemente da vontade dos pais. Imagina entre os outros meninos ser chamado por outro nome, o constrangimento que será para ele. Transcende a questão sexual do jovem”, acredita ela.

Tradição

Deputado mais bem votado desta legislatura, Júlio Ribeiro (PRB)  contou com as bases religiosas para chegar à Câmara Legislativa. “Defendo os direitos da família. A nossa igreja valoriza o casamento, os filhos e os idosos. O combate à pedofilia e, claro, a regularização de igrejas de todas as denominações”, enumera o líder do governo.

A defesa da família tradicional, ele diz, tem uma razão especial para estar entre as prioridades de seu gabinete. “As pessoas pedem pela valorização da família, especialmente por conta das investidas do deputado  Jean Wyllys (PSOL-RJ), na busca pela aprovação de leis rejeitadas por setores religiosos”, conta.

Com visão semelhante, Rodrigo Delmasso (PTN) apresentou projeto de lei para que, ao elaborar políticas públicas, o Estado dê prioridade ao núcleo familiar. “Temos a família como centro. O cidadão não pode ser visto como beneficiário do Estado, mas como cliente. Quando ele é visto dessa forma, o servidor trabalha para que ele sempre volte para ser bem servido”, explica.

Voltados para a área social

Apesar de evangélicos, alguns deputados preferem trabalhar mais voltados ao lado social, sem preterir suas bases religiosas. Em seu primeiro mandato, o deputado Rafael Prudente (PMDB) evitou ir a igrejas em sua campanha para a Câmara Legislativa. “Meu pai – o ex-distrital Leonardo Prudente –, ainda em 2006, foi relator de uma proposta de regularização de terrenos para igrejas, que na época beneficiou dois mil templos e instituições sociais. Agora, o que estamos fazendo é cobrar do governo prazos para que essa lei seja cumprida”, explica.

O distrital afirma que, este ano ainda, o Executivo deve enviar um projeto para a Casa criando novas Áreas de Desenvolvimento Econômico (ADE’s). Rafael explica que sugerirá a criação do  Pró-Social para contemplar igrejas e instituições sociais em um mesmo lugar, como ocorre com o Pró-DF.

Abrangente

Também da ala evangélica, o experiente Wasny de Roure (PT) pensa semelhante, quando refere-se à   sua missão na  Câmara Legislativa: “A visão cristã é servir à sociedade. Eu sempre valorizei essa demanda”. Para ele, o trabalho dos distritais deve ser global. “O cristão não pode assumir apenas uma visão corporativista ou moralista. Temos que pensar mais abertamente”, acrescenta.

Em seu segundo mandato, agora como titular,  Renato Andrade (PR), que leva o título de “bispo”  no nome, conta que a maior cobrança que tem ouvido do  eleitorado é por uma postura ética e moral. “Eu sou contra a redução da maioridade penal, que está sendo discutida no Congresso, mas também às políticas que vão contra a família tradicional, pregada pela Bíblia”, acrescenta.

Missão ultrapassa a religião

Pastores do Setor Sol Nascente, em Ceilândia, reuniram-se, na última semana, com a presidente da Casa, Celina Leão (PDT), para pedir que ela interceda pelas denominações religiosas da região, que estão sob o risco de serem derrubadas pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). A presidente se comprometeu em abrir um canal de interlocução entre os religiosos e o Palácio do Buriti, mas esclareceu que a Casa não deve propor alterações à lei para beneficiar o grupo.

“O governo mantém a postura anterior e quer a retirada de 11 ou 12 templos erguidos, a partir do segundo semestre do ano passado. Os templos já foram notificados e o que vou fazer é tentar abrir um canal de interlocução, para conversarem e tentarem chegar a uma solução”, explica a pedetista.

Celina prefere ser abrangente em suas defesas. “A bandeira dos templos é importante, mas temos a missão de levar o Estado às pessoas que querem um governo diferente”, disse.

Bispo Renato Andrade acredita que a melhor solução é a concessão de uso dos terrenos, porém ele destaca que as igrejas não têm como pagar as dívidas com o governo.

“Também temos como bandeira a renegociação das dívidas por concessões de uso que são impagáveis, além das multas da Agefis, que por não existirem regras claras para o funcionamento, volta e meia pune os templos”, afirma.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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